A experiência: chegamos sem reserva para jantar no Casa de Tereza, um restaurante de culinária baiana comandado pela simpática chef Tereza Paim, que ocupa um casarão no Rio Vermelho. É destes casarões que ao vê-lo por fora, não imaginamos como é por dentro, nem mesmo seu tamanho. Algumas características de sua construção estão preservadas, como o belo piso. A decoração remete a motivos baianos, com seis ambientes, cada um com um tema específico. Fomos recepcionados por uma cordial jovem que nos acomodou na recepção, onde ficamos por dez minutos, quando nossa mesa ficou pronta. Ficamos no Salão Galeria Yemanjá. O serviço é bom, melhor que a maioria dos restaurantes de Salvador, mas ainda precisa de aperfeiçoamento. O cardápio é recheado de iguarias da cozinha baiana, além de pratos autorais preparados por Tereza. Há pratos individuais e pratos que servem mais de uma pessoa. Resolvemos começar com uma entrada de quitutes fritos da Bahia, escolhendo o Mix Baiano (R$ 79,00). Para beber, apenas Guaraná Zero (R$ 7,00). Assim que o garçom tirou o pedido, colocaram na mesa um vidrinho de azeite, um outro com flor de sal, um potinho com molho de pimenta, um potinho com um vinagrete e duas canequinhas com farofa. Todos com a marca Tereza Paim. Enquanto esperávamos, resolvemos experimentar as farofas. O que era aquilo? Sensacional. Farofa de dendê, amarelinha, sequinha, tempero divino. Farofa de cebola com alho, torradinha, também bem seca, crocante, sabor nota mil. Foi inevitável comer mais e mais. Enfim, chegou nosso mix: dois camarões empanados acompanhados por um molho de maracujá, dois bolinhos de moqueca, duas telhinhas de beiju, dois bolinhos de carne seca, dois negões e duas neguinhas (estes dois últimos eram bolinhos de feijoada). Com exceção do beiju, todos eram fritos e grandes. O beiju estava sequinho, crocante e veio com um vinagrete com carne de siri e pesto de manjericão. Refrescante e saboroso. O camarão estava dentro de uma massa de mandioca consistente, com a crosta courada, crocante. O molho de maracujá suavizou o todo. O bolinho de moqueca só tinha sabor de peixe frito, não gostei. O negão e a neguinha eram bem gostosos, com couve e pedaços de carne de porco em seu interior. O melhor o mix foi o bolinho de carne seca, que tinha a mesma massa do camarão, mas estava mais bem temperado. A carne era desfiada e bem macia. A entrada é muito grande, o que nos fez desistir de provar qualquer outro prato salgado, lembrando que tínhamos comido muita farofa antes. Mas resolvemos dividir uma sobremesa. Aceitamos a indicação do garçom, pedindo Torta Mulata Assanhada (R$ 41,00). Vieram três mini tortinhas de chocolate amargo no formato de vulcão (mas não era petit gateau), ladeadas com duas bolas de sorvete de tapioca. Calda de frutas vermelhas e uma taboca compunham o prato. Tapoca é o beiju mineiro. Estava bem crocante, despedaçando assim que partido. Sorvete faltando algo que lhe valorizasse. Calda de frutas vermelhas totalmente dispensável. Terminamos com uma boa xícara de café espresso (R$ 7,00). Na conta ainda veio o couvert artístico (R$ 7,00 por pessoa) do pianista que tocava naquela noite. A música apenas compôs o ambiente, em volume e repertório adequados.Antes de ir embora, descemos para a vendinha Samuel e Totó, que fica no subsolo, onde há dezenas de produtos baianos à venda. Nossa intenção era comprar a farofa, que é vendida em pacotes de 400 e de 500 gramas, e em latas de 500 gramas. Na venda, conhecemos Tereza Paim, que acabou abrindo para servir aos seus clientes da venda um pacote de beiju recheado com coco queimado e goiabada produzido no interior do estado. Outra iguaria sensacional. Também à venda no local. No entanto, compramos apenas duas latas de 500 gramas cada uma de farofa em duas versões: a de dendê e uma de camarão seco. As duas latas custaram R$ 82,00. Segundo Tereza, se bem acondicionadas, as farofas duram mais de ano. Enquanto esperava para fazer o pagamento, chegou uma mulher para também comprar a farofa e acabou pedindo autógrafo no pacote que iria levar. Gostamos tanto do restaurante que retornamos para jantar na primeira noite de 2019, acompanhados de uma amiga que iria embora no dia seguinte. Nesta vez, comi um delicioso risoto de cogumelos cultivados na Bahia (R$ 67,00). Gastón ficou tão fã que ainda retornou para mais um jantar, quando levou dois amigos argentinos para desfrutar da comida baiana de Tereza.
Restaurante: Casa de Tereza
Endereço: Rua Odilon Santos, 45, Rio Vermelho, Salvador, BA.
Data: 28/12/2018, sexta-feira, jantar.
Valor: R$ 188,10, para 2 pessoas e mais R$ 82,00 na venda. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 8,5.
Nenhum comentário:
Postar um comentário