quarta-feira, 13 de dezembro de 2017

EL MEJOR AJIACO DEL MUNDO - ANTIGUA SANTA FÉ

RestauranteEl Mejor Ajiaco del Mundo - Antigua Santa Fé
Endereço: Calle 11 # 6 - 20, La Candelaria, Bogotá, Colômbia.
Fone: +57 1 566 6948
Data: 30/10/2017, segunda-feira, almoço.
Especialidade: culinária colombiana, com destaque para o ajiaco.
Ambiente: fica no centro histórico de Bogotá, a poucos metros da imponente Plaza de Bolivar, em um trecho repleto de pequenos restaurantes que vendem comida típica colombiana. O restaurante fica em uma casa apertada, com entrada estreita, ocupando dois pisos. Na porta parede ao lado da porta está o antigo nome da casa, que hoje passou a ser um nome coadjuvante: Antigua Santa Fé. No térreo, além do pequeno salão principal, fica também a cozinha e um balcão. Decoração bem simples. Restaurante concorrido, especialmente na hora do almoço, onde locais e turistas disputam mesas para apreciar o melhor ajiaco do mundo.
Serviço: como muita gente entra para comer o ajiaco, o serviço é rápido, com pratos chegando à mesa fumegando em menos de dez minutos. Garçons sem firulas, que cumprem corretamente seu papel.
Bebida: almoço rápido, pedi uma Coca Cola Zero garrafa de 350 ml (COP 3.500).
Principal: não tive dúvidas, estava ali para experimentar o melhor ajiaco do mundo, pedido idêntico para todos da nossa mesa: ajiaco santaferreño (COP 22.000). O prato é super bem servido, ao ponto de nenhum de nós ter conseguido comer tudo. Concluímos que um prato serve tranquilamente duas pessoas. Em uma cumbuca grande veio servido o ajiaco, prato típico bogotano, que parece uma sopa, mas bem espessa. Na cumbuca, um caldo grosso feito com três tipos de batatas locais (sabanera, pastusa e criolla), frango desfiado, alcaparras, creme de leite (só por cima, sem ser enjoativo), mazorca (milho cozido servido no sabugo, que estava macio), e guasca, uma erva muito consumida no país, que dá uma levantada no sabor incrível. Servidos à parte, vieram arroz branco e uma fatia de abacate. O ajiaco realmente é muito bom, com excelente tempero. Potente, é propício para ser apreciado em dias mais frios. Assim que comecei a comer, o calor interno provocou um suadouro imediato. O abacate estava bem cremoso e suave, funcionando como uma espécie de "limpador" da potência do creme de batatas. Aprovadíssimo.
Valor total da conta: COP 125.400, para quatro pessoas, já incluída a gorjeta sugerida pela casa. Pagamento em dinheiro.
Minha nota: 8,5.

ANDRÉS CARNE DE RES

Restaurante: Andrés Carne de Res
Endereço: Calle 3 # 11A - 56, Chía, Cundinamarca, Colômbia.
Fone: +57 1 861 2233
Data: 29/10/2017, domingo, almoço.
Especialidade: culinária colombiana, com destaque para as carnes.
Chef: Marco Antonio Beltrán.
Ambiente: o restaurante está localizada em Chía, distante cerca de 30 quilômetros de Bogotá, situado em uma enorme edificação de madeira, tipo cabana, o que confere ao local um ar rústico. A decoração é bem exagerada, no melhor estilo kitsch, com a cor vermelha dominando a cena. As mesas estão espalhadas em vários ambientes, alguns com mais iluminação do que outros. O desconforto é grande, pois além de as mesas estarem coladas umas nas outras, as cadeiras, estilo bancos rústicos de fazenda, não são agradáveis de se ficar por muito tempo. Há muitas frases de impacto penduradas por todo o restaurante. A música é alta demais e quando há apresentação de danças, geralmente protagonizadas pelos próprios funcionários, aumentam o volume. Ficamos em uma mesa em apertado salão, próximos a uma caixa de som, o que incomodou durante todo o tempo em que lá ficamos. Cada mesa recebe um nome que fica inscrito em um coração vermelho pendurado no lustre que a ilumina. No nosso caso, ficamos na mesa Globo. Há muito merchandising, especialmente nas vacas de vinil, como aquelas da Cow Parade, que ficam na calçada em frente ao restaurante.
Serviço: os recepcionistas se esforçam para ser simpáticos, mas não conseguem transparecer espontaneidade. Chegamos sem reserva, por volta de 14:30 horas de um domingo, quando estava bem cheio. Há um sistema de comunicação via rádio interno que garante agilidade na hora de acomodar os clientes. Quanto aos garçons, a maioria deles estudantes universitários, não primam pelo profissionalismo. Lentos, muitos visivelmente sem vontade de trabalhar. A comida demorou muito para chegar à mesa, mas as bebidas demoraram muito mais, chegando depois que já tínhamos a começado a comer os petiscos de entrada. Como era véspera de meu aniversário, o guia falou para a gerente que, por sua vez, providenciou um "evento" em nossa mesa: um trio com roupas típicas tocou e cantou, colocando em mim e em meu amigo, também aniversariante, uma faixa de "Feliz Aniversário" e um chapéu no estilo daquelas coroas de papel do Burger King. Mico total. A carta é algo surreal, um livro de 76 páginas!
Bebida: já que estava em local de comida típica, pedi uma bebida refrescante colombiana, a limonada de coco (COP 16.800). Foi servida em um inusitado copo alto, cuja asa era uma colher retorcida. Novamente, como no jantar da noite anterior em Bogotá, tinha muito gelo e quase não se sentia o gosto do limão, sobressaindo o coco no paladar. Era muito doce também. Não me agradou.
Entrada: compartilhamos, por sugestão de nosso guia, um prato com iguarias colombianas fritas, o mixto de fritos (COP 49.800). O prato é bem servido, tendo visual feio. Como eram petiscos fritos, este prato é muito gorduroso e se torna enjoativo. Nele vieram duas empanadas de carne, que estavam excessivamente encharcadas de gordura; um patacón (disco frito de banana verde amassada), com gosto de gordura velha; yuca (mandioca), sequinha, mas dura; papa criolla, tipo batata bolinha, fritas com casca e bem saborosas; chicarrón (nosso torresmo), que não tinha nenhum sabor; mini chorizo, linguiça bem temperada e gostosa; mini morcilla, nosso chouriço com muita gordura; guacamole, que estava bom, mas faltou algo para passá-la, tipo pão; e hogao, um molho muito usado na culinária colombiana para acompanhar patacones, arepas, mandioca, entre outros. Em sua composição leva cebola, tomate, cominho, alho, sal e pimenta. Foi o melhor item do prato e potencializou a mandioca, bem como o patacón.
Principal: como a especialidade do local é a carne, nem tive trabalho de ler o extenso cardápio de 76 páginas. Fui direto na seção de carnes, perguntei ao garçom qual era o de maior saída e escolhi a punta de anca 250 gramas (COP 45.000). O prato consistia de um pedaço de carne assado na brasa, batatas criollas cozidas e levemente fritas e uma arepa tostada. Tudo servido em uma tábua de madeira, mas cada um disposto separadamente. A carne estava em uma mini tábua de ferro, as batatas em um copo de alumínio e a arepa solta na tábua maior. O melhor do prato foi a batata, que estava bem temperada, macia por dentro, com muito sabor. A carne era um pouco dura, difícil de mastigar, mas, pelo menos, tinha bom tempero. A arepa veio levemente umedecida, o que, no meu entender, prejudicou seu sabor.
Valor total da conta: COP 371.265, para quatro pessoas, já incluída a gorjeta sugerida pela casa. Pagamento em dinheiro.
Minha nota: 5.
Observação: mesmo com uma experiência não muito feliz no quesito comida, e com o desconforto físico e auditivo do restaurante, entendo que o Andrés Carne de Res é um local para se conhecer, pois sua decoração, aliada às atrações diárias, o tornou um ponto turístico colombiano, um must to go in Colombia.

terça-feira, 12 de dezembro de 2017

CENTRAL CEVICHERÍA

Restaurante: Central Cevichería
Endereço: Carrera 13 # 85 - 14, Zona Rosa, Bogotá, Colômbia.
Fone: +57 1 644 7766
Web: https://centralcevicheria.com/
Data: 28/10/2017, sábado, jantar.
Especialidade: gastronomia colombiana, com destaque para os ceviches.
Chef: Andrew Blackbourne
Ambiente: restaurante grande, com uma disputada varanda, que fica próxima da calçada, um balcão de espera de frente para as grelhas, sendo possível ver os cozinheiros assando aromáticas arepas, e um salão no segundo piso. A decoração tem elementos marinhos, com peixes de madeira e frases que informam que o restaurante compra de quem faz pesca sustentável.
Serviço: chegamos sem reserva, por volta de 22 horas, em dia chuvoso. Fomos recebidos por uma simpática recepcionista que nos acomodou no balcão, onde esperamos uma mesa vagar, o que demorou cerca de 20 minutos. Garçons simpáticos, atenciosos e pacientes para explicar toda a carta. Os pratos não demoraram a chegar à mesa.
Bebida: fui de um clássico sem álcool da Colômbia: limonada de coco (COP 6.500). Estava com muito gelo, o que atrapalhou sentir o seu sabor. Era uma noite fria, não sendo necessária a quantidade de gelo que serviram no copo.
Couvert: como cortesia, serviram uma porção de arepas, comida típica colombiana, que vai bem com tudo. À base de farinha, foi servida levemente tostadas, acompanhadas por um molho picante de tomate e uma pequena porção de manteiga. Gostosa e potente. Sugeriram, e aceitamos, uma porção de patacones (COP 10.900), outro prato típico muito consumido em toda a Colômbia. São discos fritos feitos com banana verde amassadas. Estavam um pouco gordurosos, mas consistentes. Geralmente não têm sal, ideal para acompanhar carnes e peixes com caldo.
Prato principal: decidi fazer da entrada meu prato principal. Não tive dúvidas em pedir o carro chefe da casa, ou seja, o ceviche. Na carta havia doze opções, sendo seis picantes e seis não picantes. O preço varia de acordo com sua escolha da proteína: peixe de água salgada, camarão, polvo ou misto (o cliente pode eleger as proteínas que quiser). Escolhi o misto Al Tigre (COP 22.900), da seção de não picantes. Mesmo para uma entrada, era um porção abundante, servida em uma taça daquelas de tomar sorvete das décadas de sessenta e setenta. Tinha peixe branco, polvo (bem macio), camarões pequenos, milho (muito macio), cebola roxa (cebolla ocañera), tomate e toques cítricos. O leche de tigre era mais suave do que o servido em ceviches peruanos, com sabor cítrico bem discreto, o que me permitiu distinguir melhor os ingredientes do prato. Gostei muito.
Valor total da conta: COP 388.526, para quatro pessoas, incluída a gorjeta sugerida na própria conta. Pagamento em dinheiro.
Minha nota: 9.

sábado, 2 de dezembro de 2017

7ª REUNIÃO - CONFRARIA BEAGÁ

Confraria Beagá encerrou as reuniões do ano em 28 de novembro de 2017, quando se encontrou pela sétima vez desde sua instalação. Mais uma vez a degustação ocorreu no apartamento de Leo e Gastón. Participaram todos os seis confrades: Leo, Emi, Rogério, Marcelo, Sônia e Luís Fernando. Eis o que degustamos na noite, cujo tema foi "Espumantes":

Espumante 1Valmarino & Churchill Extra Brut

Espumante safrado, safra 2014, com 12% de gradação alcoólica, elaborado com 70% de uvas chardonnay e 30% pinot noir, pela vinícola Valmarino, na região de Pinto Bandeira, Rio Grande do Sul, Brasil. Na taça, mostrou-se com coloração amarelada e tons esverdeados, enquanto que, no nariz, os confrades sentiram notas de abacaxi, pequi bem suave, amanteigado, fermento de pão, coco, frutas caramelizadas, chocolate branco. Na boca, acidez presente, fresca, carambola, kiwi, estrutura grande, persistência longa, cítrico. Perlages finas, intensas e constantes. Harmoniza bem com peixes e frutos do mar. Estagiou 12 meses em barricas de carvalho novas. Foi servida a uma temperatura de 9º C. Custou R$ 95,10 na loja A Garrafeira, que fica em Brasília, DF.

Champanhe 2Tattinger Millesimé 2008

Safra 2008, com 12,5% de gradação alcoólica. Elaborado com 50% da casta chardonnay e 50% de pinot noir. Produzido por Tattinger na região de Reins, Champagne, França. Na taça, revelou cor amarelo palha, com perlage fina, concentradas ao centro e muito persistentes. No nariz, os confrades sentiram tostado, pão, caramelo, levedura, floral, cítrico. Na boca, ácida, azedinha, cremosa, fresca, persistente, preenchendo toda a boca. Foi servida a uma temperatura de 9º C. Custou R$ 375,00 na Casa Santa Luzia. Seu potencial de guarda é de 10 anos. Foi a campeã da noite, sendo o preferido por Emi, Leo, Marcelo, Sônia e Luís Fernando.

Champanhe 3Jacquesson Cuvé nº 738 Extra Brut

Não é safrada, tendo 12% de álcool, elaborado com 61% de chardonnay, 21 % pinot meunier e 18% pinot noir, por Famille, na região de Champagne, França. Cor amarelo claro e perlage bem fina. No nariz, sentimos frutas amarelas, butano, gás, lavanda, casca de limão. Na boca, picante, com sensação de ser muito gasosa, retrogosto amargo. Foi servida a uma temperatura de 8º C. Custou R$ 514,00 na Casa Santa Luzia. O preferido da noite por Rogério.

Terminada a degustação, teve início o jantar, composto de quatro etapas. Durante a refeição, tomamos dois vinhos tintos. O primeiro foi um La Ca'Nova Loreto, com 14,5% de álcool, produzido com a casta barbera d'alba, na região de Barbaresco, Piemonte, Itália (R$ 106,00 na Casa do Vinho). O segundo foi o vinho Primeira Estrada, 100% syrah, safra 2014, com 14 % de álcool, produzido pela vinícola Estrada Real, no sul de Minas Gerais, Brasil (R$ 99,90 no Verdemar).

Eis nosso jantar, preparado pelo argentino Chef Gastón Almada:
Entrada 1: tempurá de legumes (jiló, berinjela, cenoura e batata doce), com chutney picante de manga.
Entrada 2: ceviche de camarão com nectarina, espuma de abacate e chips de batata doce.
Principal: pernil prensado marinado em laranja e tomilho, farofa de alho com manjericão e compota de maçã.
Sobremesa: rabanada com sorvete de canela e passas ao rum.

6ª REUNIÃO - CONFRARIA BEAGÁ

Confraria Beagá reuniu-se pela sexta vez na noite de 19 de outubro de 2017, no apartamento de Leo e Gastón. Participaram os confrades: Leo, Emi, Rogério, Sônia e Luís Fernando. Eis os vinhos da noite, cujo tema foi "Piemonte, Itália":

Vinho 1Socré

Safra 2013, com 13% de gradação alcoólica, elaborado com 100% de uvas dolcetto d'alba pela vinícola Socré, na região de Barbaresco, Piemonte, Itália. Na taça, mostrou-se com coloração rubi, com nuances violeta, enquanto que, no nariz, os confrades sentiram notas de frutas vermelhas, amora, framboesa, mirtilo, tutti frutti. Na boca, sentimos um leve amargor, baixa acidez, é adstringente e deixa um retrogosto de radicchio. É importado para o Brasil pela Premium, custando R$ 134,00 no Taste Vin.

Vinho 2Broglio

Safra 2010, com 15% de gradação alcoólica. Elaborado com 100% da casta nebbiolo. Produzido pela vinícola Schiavenza na região de Barolo, Piemonte, Itália. Na taça, revelou cor rubi claro, puxada para terracota. No nariz, os confrades sentiram couro, frutas vermelhas, baunilha, floral, rosas vermelhas. Na boca, acidez presente, adstringente, taninos agressivos. Estagiou por 36 meses em barricas de carvalho esloveno. É importado para o Brasil pela Casa do Vinho, custando R$ 385,00. Foi o campeão da noite, sendo o preferido por Emi, Sônia e Luís Fernando.

Vinho 3La Ca'Nova Bric Mentina

Safra 2006, com 14% de álcool, elaborado com 100% de nebbiolo, por La Ca'Nova, na região de Barbaresco, Piemonte, Itália. Cor rubi, com fundo terracota. No nariz, sentimos frutas vermelhas, alcaçuz, picante, especiarias, mentol, rapé. Na boca, suave, taninos presentes, mas sem agredir, mentol. É importado para o Brasil pela Casa do Vinho, custando R$ 223,25. O preferido da noite por Leo e Rogério.

Terminada a degustação, teve início o jantar, composto de quatro etapas. Durante a refeição, tomamos os mesmos vinhos da degustação.

Eis nosso jantar, preparado pelo argentino Chef Gastón Almada:
Amuse bouche: bruschetta de abobrinha, berinjela e tomate confitado, finalizada com parmesão.
Entrada: cogumelos salteados, ovo trufado e flor de sal.
Principal: risoto negro, abobrinha, berinjela, cebola, tomate confitado, mascarpone e molho pesto.
Sobremesa: tiramissù.


quinta-feira, 16 de novembro de 2017

VILLANOS EN BERMUDAS

Sigo todas as listas de gastronomia que saem pelo mundo. Estava esperando a lista 2017 dos 50 Melhores Restaurantes da América Latina, promovida pela revista inglesa The Restaurant, pois viajaria de férias para a Colômbia em final de outubro e queria conhecer algum restaurante que integrasse tal listagem. Assim que divulgaram a lista, dia 24 de outubro, vi que três restaurantes de Bogotá estavam entre os 50 melhores da América Latina: Harry Sasson, Restaurante Leo, e Villanos en Bermudas. Obviamente que busquei como fazer reservas, descobrindo que, para os três, as reservas poderiam ser feitas pelo site Restorando. Para o Harry Sasson, o colombiano melhor posicionado na lista, não havia disponibilidade para as datas que eu estaria em Bogotá. Assim, consegui reserva para os outros dois, sendo o Restaurante Leo, outrora conhecido como Leo Cocina Y Cava, para o jantar do dia 30 de outubro de 2017, e o Villanos en Bermudas, para também jantar, em 11 de novembro de 2017. Para comemorar meu aniversário de 54 anos, dia 31 de outubro de 2017, juntamente com um amigo que nasceu no mesmo dia, mês e ano que eu, optamos pelo Criterión, dos aclamados irmãos Hausch, que figurou nesta listagem nos anos de 2013 a 2016.
Aqui relato minha péssima experiência no Restaurante Villanos en Bermudas.
Como já escrito acima, fiz reserva pelo site Restorando em 26 de outubro de 2017, solicitando uma mesa para quatro pessoas para jantar em 11 de novembro de 2017, um sábado, às 20:30 horas, horário de Bogotá, Colômbia. Ou seja, reserva com antecedência de 17 dias! Tal reserva foi confirmada no ato, por mensagem no site, bem como por e-mail, de mesma data, enviado por Restorando. O restaurante Villanos en Bermudas, em 10 de novembro de 2017, um dia antes de minha reserva, enviou-me e-mail, sem assinatura identificada, solicitando a confirmação desta reserva, o que, de pronto, respondi afirmativamente. No sábado, dia 11 de novembro de 2017, chegamos de táxi, os quatro juntos, ao restaurante às 20:30 horas, horário exato de nossa reserva. O restaurante fica em uma casa com duas portas que dão acesso a dois restaurantes distintos. A entrada para o Villanos en Bermudas fica à esquerda. Batemos campainha, fomos recebidos por um atendente que nos levou até o segundo piso, nos acomodando ao final do corredor, na saída do bar, cujo balcão estava totalmente ocupado com pessoas esperando suas mesas ficarem prontas. Ficamos em um local onde havia duas poltronas, uma mesa de centro e dois bancos sem encosto, bem desconfortáveis. O atendente deixou as cartas de coquetéis e vinhos conosco e saiu. Um outro atendente se aproximou, dizendo que nossa mesa estava sendo preparada. Passados quinze minutos que lá estávamos, sem ninguém se interessar se queríamos pedir algo para beber, resolvi perguntar ao segundo atendente sobre nossa mesa, recebendo a resposta que em mais dez minutos seríamos acomodados. Foi quando um dos barman veio até nós perguntando se bebíamos algo. Como preferimos beber vinho, perguntamos sobre harmonização com o menu degustação e ele disse que não havia, mas que o sommelier da casa poderia nos auxiliar. No entanto, o tal sommelier nunca apareceu enquanto lá estivemos. Decorridos quarenta e cinco minutos, com a sala já bem cheia de gente esperando para ser acomodada, resolvemos novamente perguntar sobre nossa mesa para o mesmo atendente. Ele, visivelmente irritado, nos respondeu rispidamente que tínhamos que esperar, dando a entender que se quiséssemos ir embora, seria um alívio para ele. Assim que perguntamos seu nome, ele respondeu que era "Deus". Atitude prepotente e sem educação. Ali perdemos a vontade de jantar neste restaurante. Já na porta para sair, encontramos um dos proprietários do local, o chef Sergio Meza, que se limitou a escutar nossa reclamação, pedindo uma tímida desculpa e afirmando que não podia controlar a reação de seus empregados. Um casal saiu furioso nesta mesma hora. Parece que a recente entrada na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina (n° 40 - Lista 2017) fez mal aos donos do Villanos en Bermudas. Não conseguem honrar as reservas, não conseguem tratar bem seus clientes. O dono não fez nenhuma questão de nos demover da ideia de deixar o local, mesmo com reserva confirmada por mais de uma vez, e tendo esperado por cinquenta minutos para ser acomodados, o que não aconteceu. Serviço de péssima qualidade. Ao jovem proprietário digo que ele não pode controlar a atitude de seus empregados, mas pode, e deve, orientar e capacitar todos eles a tratar com cortesia e educação os clientes que chegam ao restaurante. Saindo, atentei para uma mensagem escrita na parede à esquerda da porta de entrada, quando percebemos que os proprietários se acham superiores e acima de qualquer crítica. Villanos en Bermudas entrou em minha lista das piores experiências em um restaurante que já tive em minha vida. Depois desta, resolvi ler as avaliações sobre o restaurante e constatei que há uma grande quantidade de críticas negativas, tanto da comida, quanto da espera demorada para ser acomodado em mesas. Fica aqui meu questionamento sobre a lisura desta lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina.

quinta-feira, 12 de outubro de 2017

LIMA RESTOBAR

Restaurante: Lima Restobar
Endereço: Rua Visconde de Caravelas, 113, Botafogo, Rio de Janeiro, Brasil.
Fone: +55 21 2527 2203
Web: https://www.facebook.com/LimaRestobar/
Data: 16/09/2017, sábado, jantar.
Especialidade: gastronomia peruana.
Chef: Marcos Espinoza
Decoração: ocupa dois andares em uma loja no bairro de Botafogo, com mesas bem perto umas das outras. Nas paredes estão quadros que remetem a elementos da cultura peruana. Mesas de madeira, sem toalhas, mas forradas com jogos americanos de papel com grafismos e o nome do restaurante.
Serviço: além da comida, um dos pontos altos do restaurante. Atendimento atencioso, gentil, com pratos chegando à mesa em tempo razoável. Assim que perguntado, o garçom fez excelente explicação dos pratos, sanando nossas dúvidas e inquietações.
Bebida: recebemos como cortesia da casa o drinque do dia, que misturava pisco e ervas verdes, que estava refrescante e forte ao mesmo tempo. Durante a refeição, bebi água com gás (R$ 5,50) e uma Coca Cola Zero, lata de 350 ml (R$ 6,50). Finalizamos com café espresso Nespresso (R$ 6,50).
Couvert: pães feitos na casa acompanhados por duas pastas, uma com alho e outra com ervas, também cortesia da casa. Foram servidos em uma linda tábua de madeira. Pães com casca crocante e miolo macio. Uma delícia.
Pratos compartilhados: decidimos compartilhar alguns pratos ao invés de cada um pedir uma entrada e um principal. Pedimos algumas iguarias peruanas das quais gostamos muito:
1. degustación de ceviches (R$ 64,00). A casa tem quatro ceviches na carta dos quais o cliente escolhe três para esta degustação. Escolhemos o ceviche clássico - peixe branco, leite de tigre, cebola roxa, milho e batata doce; o ceviche misto - peixe branco, camarão, polvo, lula, leite de tigre e molho de pimentão vermelho com chips de batata doce; e o ceviche de salmão - salmão, leite de tigre de maracujá com salada de abacaxi e gengibre. A apresentação é linda, sendo os três ceviches servidos em uma cerâmica com três aberturas. É bem servido e nos possibilitou saborear os ceviches mais pedidos no restaurante, segundo nos disse o garçom. Peixe e frutos do mar no ponto correto, tempero delicioso do leite de tigre. Gostei dos três, mas meu preferido foi o clássico, onde cebola roxa, milho verde, batata doce e leite de tigre se harmonizaram muito bem, potencializando o sabor do peixe branco. Destaco também o sabor agridoce do ceviche de salmão.
2. butifarras criollas (R$ 45,00). São quatro unidades do clássico sanduíche peruano. Pão recheado com pernil de porco, cebola roxa e pimenta. O diferencial aqui em relação aos sandubas vendidos nos botecos de Lima é o pão. Lá, ele é servido em pão francês, aqui em pão de batata, mas com cara de ciabatta. Bem macio, por sinal. O pernil vem desfiado, bem molhadinho, levemente apimentado. Outra delícia.
3. jalea Lima (R$ 65,00). Prato bem servido, com pedaços de peixe branco, camarão, polvo e lula empanados, com crosta crocante, acompanhados por molhos da casa, salada de cebola roxa e chips de mandioca. Ainda veio no prato de cerâmica um copinho com leite de tigre, o mesmo servido no ceviche clássico. Mesmo sendo peruano, me deu a impressão que estava comendo um prato típico de botecos cariocas, talvez por causa dos empanados. Dos três pratos que comi, este foi o que não repetiria. Estava bem feito, com sabor marcante, peixes e frutos do mar frescos, mas faltou algo, um tempero mais peruano talvez.
Sobremesa: pedimos uma torta de chocolate com lúcuma para compartir, que também acabou sendo uma cortesia da casa. Eu gosto muito de lúcuma, fruta raríssima de se encontrar no Brasil, mesmo nos restaurantes peruanos. Não matei a saudade, pois o gosto de lúcuma mal se sentia na torta, que estava, diga-se de passagem, deliciosa.
Valor total da conta: R$ 224,95, para duas pessoas, incluída a gorjeta de 10%. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 8,5.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

CAMARADERÍA GASTROBAR


Restaurante: Camaradería Gastrobar
Endereço: Rua Cláudio Manoel, 555, Funcionários, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fone: +55 31 3646 4616
Web: http://www.camaraderia.com.br/
Data: 09/10/2017, segunda-feira, almoço.
Especialidade: gastronomia vegana.
Decoração: entrada na esquina de Rua Cláudio Manoel com Rua Professor Moraes, com decoração limpa, que tem ares antigos com uma pegada moderna. Uma grande lousa ocupa as paredes da direita onde estão escritas as opções de pratos para o almoço, assim como as sobremesas. A parede do lado da Rua Professor Moraes é toda em vidro, possibilitando aos clientes uma ampla visão da rua, além de garantir uma iluminação natural para o bar-restaurante. Ao fundo, à direita, um balcão serve de apoio aos empregados e de bar.
Serviço: cheguei para almoçar sozinho, sendo imediatamente atendido por um atencioso garçom. Como era cedo, por volta de meio dia, havia muitas mesas vazias. Escolhi uma mesa para quatro pessoas encostada na parede de vidro. Não há cardápio físico na hora do almoço. Além de poder ler o que está na lousa-parede, o garçom leva até a mesa um tablet no qual o cliente vê as opções do dia diretamente do Instagram do restaurante. Havia quatro opções de refeição e seis de sobremesa. O prato chegou bem rápido à mesa.
Bebida: Mate Leão Fuze Limão Zero (R$ 6,50) para acompanhar a comida. 
Prato principal: comida vegana tem que estar muito  bem temperada, pois do contrário, fica insossa, mas resolvi experimentar logo um prato mais radical, escolhendo iscas de filé de soja empanadas regadas ao molho de hortelã, acompanhadas por legumes assados e arroz branco (R$ 28,90). O prato é bem servido, mas é visualmente feio, sem cores vibrantes. O arroz branco veio servido em uma cumbuca à parte, colocada dentro do próprio prato de porcelana branca. As iscas do filé de soja eram grandes, quase que um "escalope", mas estavam bem macias, levemente empanadas, o que valorizou o sabor da própria soja. O molho, já servido sobre as iscas, era mais parecido com um pesto de ervas, já que o sabor da hortelã era muito suave, quase imperceptível. Acho que assim ficou melhor, pois o sabor mais picante e refrescante da hortelã poderia desvirtuar o sabor das iscas de soja. O arroz branco foi bom para absorver um pouco do molho. Os legumes assados - tomate, abobrinha, berinjela e cebola roxa - foram apresentados na forma de um clássico ratatouille. Estavam assados na medida certa, prevalecendo um sabor levemente adocicado, harmonizando bem com o leve sal do tempero das iscas de soja. Ao final, o tempero usado nos ingredientes do prato fez a diferença no paladar.
Valor total da conta: R$ 38,94, incluída a gorjeta de 10%. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 7.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

EL PUNTO GRINGO

Restaurante: El Punto Gringo
Endereço: Avenida Vieira de Carvalho, 179, República, São Paulo, SP, Brasil.
Fone: +55 11 3222 8674
Web: http://elpuntogringo.com/
Data: 15/06/2017, quinta-feira, lanche noturno.
Chef: a brasileira Ana Soares (consultoria).
Especialidade: gastronomia argentina, com foco em pratos rápidos.
Decoração: iluminação baixa, paredes escuras com muitos objetos que remetem aos argentinos, como brasões das províncias de nossos vizinhos. O clima é de um bar portenho, dando a impressão de que a qualquer momento um casal vai dançar tango no corredor. Há dois salões. No primeiro um balcão domina a paisagem, onde clientes compram empanadas e choripáns para comer nas agitadas calçadas da região. O segundo salão, ao fundo, ficam as pessoas que querem a tranquilidade de uma refeição bebendo seus drinques favoritos, muitos deles feitos com bebidas de forte apelo popular na Argentina, como Cynar e Fernet.
Serviço: Éramos três pessoas, sem reserva. Quando chegamos, nos apresentamos na entrada do segundo salão e fomos conduzidos até uma mesa para quatro pessoas, ao lado de uma pilastra, sendo dois assentos no grande sofá que percorre toda a parede da direita de quem entra. Garçom simpático, sabendo explicar todos os pratos do cardápio, que está impresso em folhas de jogo americano e também estampado na parede em uma enorme lousa. Os pratos chegaram rápido à mesa. O vasilhame utilizado lembra o utilizado em botecos e bares de beira de estrada, como copos do estilo americano e pratos esmaltados de cores diversas.
Bebida: Coca Cola Light, lata de 350 ml (R$ 6,50) para acompanhar a comida. Bebi uma lata e meia.
Entrada: aceitamos a sugestão do garçom e compartilhamos uma entrada: 1. chori do gringo (R$ 14,00), ou seja, o tradicional sanduíche argentino, o choripán, com toques da casa. Como era para dividir, o sanduíche já foi servido aberto e fatiado em pedaços. Por cima do pão, uma mini baguete, linguiça também cortada pela metade em corte longitudinal e fatiada, com um pouco de molho chimichurrri para deixá-lo úmido. Ao lado do sanduíche estava um copinho americano de shot de cachaça com mais molho. Tudo isso disposto em um prato esmaltado na cor verde. O pão estava levemente tostado na chapa, o que o deixou mais saboroso. A linguiça era bem temperada e já possuía umidade suficiente, motivo pelo qual o molho por cima dela estava em pouca quantidade. Estava tão bom, que os pedaços sumiram do prato.
Prato principal: lomito de la casa (R$ 24,00) - outro sanduíche tradicional da Argentina, feito com pão francês, filé bovino, alface e tomate. Também servido em um prato esmaltado de cor escura, veio partido em dois pedaços. O pão era feio, seco, sem tostar como ocorreu com o choripán. O filé estava bem fino, macio, mas era seco. Faltou molho.
Valor total da conta: R$ 156,24, para três pessoas, incluída a gorjeta de 12%. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 6,5.

SALUMERIA CENTRAL

Restaurante: Salumeria Central
Endereço: Rua Sapucaí, 527, Floresta, Belo Horizonte, MG, Brasil.
Fone: +55 31 2552 0154
Web: https://www.facebook.com/salumeriacentral/
Data: 21/05/2017, domingo, almoço.
Chef: o italiano Massimo Battaglini.
Especialidade: gastronomia italiana, com foco nos embutidos e na carne de porco.
Decoração: móveis antigos, decoração rústica, iluminação baixa.
Serviço: Éramos seis pessoas, sem reserva. Quando chegamos, o salão principal estava quase cheio e ainda não tinham ordens para abrir o segundo salão, que ocupa a loja ao lado. Os garçons se esforçaram para juntar duas mesas, onde fomos acomodados, mais ao fundo do salão, perto do balcão. O serviço foi bom, com as bebidas e pratos chegando à mesa em tempo razoável.
Bebida: Schweppes Citrus Light, lata de 350 ml (R$ 6,00) para acompanhar a comida e uma xícara de café espresso Nespresso (R$ 6,00) ao final.
Entrada: compartilhamos duas entradas: 1. bolinhas de maçã de peito cremosas com molho barbecue picante (R$ 28,00) - vieram oito unidades dentro de uma tigela inox protegida com papel de embrulho rosa no fundo, que teve a função de chupar o excesso de gordura das bolinhas. Estavam bem fritas, com crosta crocante. A carne era fibrosa, bem macia, com sal um pouco acima do ponto, sem, no entanto, prejudicar a degustação. Ao ler cremosa, pensei em uma carne bem suculenta, mas ao levar à boca, não era tão cremosa como achava. O molho barbucue estava mais doce do que picante. A porção foi pequena para seis pessoas. 2. linguiça de pernil artesanal com farofa crocante de cebola e chimichurri (R$ 36,00) - A linguiça foi servida inteira, enrolada sobre seu próprio corpo, disposta em um prato de porcelana branco com linhas em círculos vermelhos, o que, de certa forma, dialogou com a forma da apresentação da iguaria. Dois ramequins brancos pequenos, um com a farofa e outro com o molho, completaram a decoração do prato. A especialidade de uma salumeria são os embutidos, especialmente os feitos com a carne de porco. Esta linguiça não decepcionou. Com tempero na medida, recheio de pernil bem cozido, estava divina. Ideal para comer com um pedaço de pão, o que faltou para ser melhor ainda. O molho de chimichurri tirou a secura do prato e foi um ótimo acompanhante para os pequenos pedaços em que fatiamos a linguiça. Já a farofa, foi decepcionante, pois era muito seca, faltando um pouco mais de manteiga para deixá-la mais úmida. Uma porção também é pequena para dividir com seis pessoas.
Prato principal: barriga de porco acompanhada por farofa e maionese caseira (R$ 32,00 - meia porção) - não quis arriscar. Depois da ótima linguiça, resolvi escolher uma das sugestões para o almoço daquele domingo, tendo a carne de porco como carro chefe. Alguns pratos sugeridos tinham a possibilidade de pedir meia porção, o que fiz. Em um prato retangular de porcelana branca, vieram quatro pedaços de barriga de porco assadas, acompanhadas de tomatinhos cereja confitados e três pétalas de cebola cozidas, além de um ramo de alecrim. A meia porção é bem pequena se o comensal for um glutão e gostar de comer abundantemente. A carne estava bem cozida, com tempero suave, deixando o sabor da gordura da barriga suína ficar em evidência. Faltou crocância à capa da barriga. Tomatinhos e cebola deixaram o prato mais doce. Não experimentei nem a farofa, nem a maionese caseira, que vieram servidas à parte, deixando que os demais da mesa dessem cabo deles.
Sobremesa: o cardápio trazia somente três opções de sobremesa, as italianíssimas tiramisù e semifredo, e uma tábua de doces mineiros. Ninguém se aventurou nestas paragens neste almoço.
Valor total da conta: R$ 708,95, para seis pessoas, incluída a gorjeta de 10%. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 6,5.

domingo, 10 de setembro de 2017

LA PERUANA CEVICHERÍA

Restaurante: La Peruana Cevichería
Endereço: Alameda Campinas, 1.357, Jardins, São Paulo, SP, Brasil.
Fone: +55 11 3885 0148
Webhttp://laperuana.com.br
Data: 15/06/2017, quinta-feira, almoço.
Chef: a peruana Marisabel Woodman.
Decoração: chamou a atenção por ter muitos elementos do artesanato peruano. É carregado, mas não incomoda. A parte em que ficamos, mais ao fundo do salão, tem menos iluminação.
Serviço: chegamos sem reserva e o restaurante estava lotado. Era feriado, com dia lindo. Colocamos nosso nome na lista, pedindo uma mesa para duas pessoas. A espera foi no bar El Balcón de La Peruana, que fica duas casas acima do restaurante. Ali se pode esperar pedindo drinques e petiscos, que são lançados diretamente na conta do La Peruana. Pedimos dois drinques, pois o tempo estimado de espera seria de meia hora, segundo o atendente nos informou. No entanto, com quinze minutos, já estávamos sendo levados para nossa mesa. Assim que nos sentamos, já nos entregaram os cardápios, um para cada um de nós. Sanamos as dúvidas com o garçom, que mostrou conhecer bem os itens do menu. Pedimos entrada, prato principal, sobremesa e café. Todos chegaram à mesa em tempo razoável, sem demoras.
Bebida: coquetel El Dragón (R$ 29,00) - pisco, hortelã, limão siciliano e suco de cramberry. A cor vermelha domina o drinque, que foi servido em uma taça com muito gelo. Refrescante, com pisco na medida em que gosto. Também bebi uma garrafa de água com gás de 330 ml da marca Prata (R$ 6,00).
Entradacompartilhamos duas entradas: 1. anticuchos de coração bovino (R$ 20,00) - dois espetos de coração marinados na cerveja, hortelã e panka peruana, assados na brasa. Foram servidos em uma linda travessa de porcelana em formato ovalado, acompanhados por dois pedaços de batata assada e ají carretillero. O coração estava bem macio, com excelente tempero. Minha memória gastronômica me levou à Lima. Muito bom. 2. mix de causitas (R$ 26,00). Desde que vimos o cardápio, sabíamos que comeríamos causas, feitas com batata amassada e fria, temperadas com limão e ají amarillo. Pedimos o mix para experimentar, em versões menores, as três opções que a casa oferece, ou seja polvo, galinha e camarão. Também servidas em uma travessa de porcelana, tinham lindo visual. Cada causa foi apresentada com uma cor. Todas bem temperadas. Preferi a de galinha, a mais tradicional de todas na culinária peruana.
Prato principaltacu tacu anticuchero (R$ 32,00) - mais um tradicional prato da gastronomia peruana. Servido em um prato de cerâmica redondo, foi servido um tacu tacu de feijão preto e arroz, filé mignon grelhado na marinada anticuchera, banana da terra, ovo frito e salsa criolla. Aqui o visual não empolgou muito, mas o sabor tirou esta impressão na primeira garfada. O tacu tacu estava em formato de um quibe com o ovo frito por cima. Era o melhor do prato. Dava para sentir o sabor levemente adocicado da mistura feijão com arroz. Estava levemente selado por baixo, o que lhe garantiu uma deliciosa casquinha crocante. A carne veio servida cortada em pequenos pedaços, muito macia, com sabor levemente ácido, efeito da marinada com que foi grelhada. A banana da terra deu mais um toque adocicado no prato, mas não dominou no paladar porque a salsa criolla, em consistência de uma maionese, amenizou a sua doçura.
Sobremesa: já estávamos satisfeitos, mas não resistimos, pedindo picarones (R$ 19,00) para dividir. Esse doce peruana é feito com batata doce, farinha de trigo, abóbora e anis, servido com uma calda de mel e laranja. É difícil fazer, pois são fritos e tem que estar bem cozidos por dentro, macios, com a casca seca e dourada. O risco de servir cru ou murchar antes de ser servido é grande. No caso, vieram dois picarones de coloração linda e muito macios por dentro. Achei a calda muito doce. Ao final, uma providencial xícara de café espresso (R$ 5,00), que veio acompanhada por um brigadeiro de coco. Um toque brasileiro em meio às delícias da culinária peruana.
Valor total da conta: R$ 238,70, para duas pessoas, incluída a gorjeta de 10%. Pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 8,5.

5ª REUNIÃO - CONFRARIA BEAGÁ

Chegou setembro e com ele a quinta reunião da Confraria Beagá, realizada na noite de sábado, 02 de setembro de 2017, no apartamento de Leo e Gastón. Pela segunda vez seguida, estava completa, com os confrades: Leo, Emi, Rogério, Marcelo, Sônia e Luís Fernando. Eis os vinhos da noite, cujo tema foi "África do Sul":

Vinho 1Lesca De Wetshof

Safra 2015, com 13,5% de gradação alcoólica, elaborado com 100% de uvas chardonnay pela vinícola De Wetshof Estate, na região de Robertson, África do Sul. Na taça, mostrou-se com coloração palha, enquanto que no nariz, os confrades sentiram notas de pêssego, damasco e abacaxi. Na boca, é adocicado, suave, bem leve, com toques de abacaxi. É importado para o Brasil pela Mistral, custando R$ 151,15. O vinho maturou por três meses em barricas de carvalho francês, quando teve contato com as borras. Tem potencial de guarda de até cinco anos. Harmoniza bem com peixes, frutos do mar e queijos de massa mole.

Vinho 2Paul Sauer Kanonkop

Safra 2010, com 14,5% de gradação alcoólica. Seu corte é 65% cabernet sauvignon, 20% cabernet franc e 15% merlot. Produzido pela vinícola Kanonkop na região de Stellenbosch, África do Sul. Ficou decantando por cerca de 50 minutos antes de ser servido. Na taça, revelou cor rubi, rubi. No nariz, os confrades sentiram compota de frutas escuras, especiarias, aroma adocicado, pimenta. Na boca, revelou-se macio, com corpo médio, acidez presente, com boa salivação, aveludado. Estagiou por 26 meses em barricas de carvalho francês da região de Nevers, todas com 225 litros, com média tosta. É importado para o Brasil pela Mistral, custando R$ 363,24. Seu potencial de guarda é de cinco a dez anos. Harmoniza com carnes de caça. Foi o campeão da noite, sendo o preferido por Leo, Rogério, Marcelo, Sônia e Luís Fernando.

Vinho 3Lyngrove Latitude Platinum

Safra 2012, com 14,5% de álcool, elaborado com 40% de cabernet sauvignon, 35% de pinotage e 25% de syrah, por Lyngrove Wines, na região de Stellenbosch, África do Sul. Foi servido após 80 minutos de decantação. Cor rubi, com leve reflexo granada. No nariz, sentimos frutas vermelhas, especiarias, caixa de madeira. Na boca, ácido, com muita salivação, permanece por longo tempo no paladar. É importado para o Brasil por RJU, custando R$ 358,00 na Casa do Porto. Potencial de guarda para 15 anos. O preferido da noite por Emi.

Terminada a degustação, teve início o jantar, composto de quatro etapas. Durante a refeição, tomamos o vinho sulafricano The Chocolate Block, produzido pela vinícola Boekenhoutskloof na região de Franschhoek, safra 2012, elaborado com 44% syrah, 24% grenache, 14% cabernet sauvignon, 14% cinsault e 4% viognier, tendo 14,5% de álcool. Custou R$ 285,43 na Mistral.

Eis nosso jantar, preparado pelo argentino Chef Gastón Almada:
Amuse bouche: cogumelo portobelo recheado com requeijão, cebola e parmesão.
Entrada: ceviche de camarão e manga.
Principal: frango na cerveja preta, quiabo grelhado e canjiquinha cremosa.
Sobremesa: pera cozida em vinho branco sobre calda de baunilha e casca de laranja.


terça-feira, 5 de setembro de 2017

CHALET GRÉGOIRE

A experiência: nosso último dia de férias em Paris foi um sábado, dia 13 de maio. O dia amanheceu lindo e assim permaneceu até o final da tarde, quando fomos para o aeroporto. Deixamos o sábado para fazer as últimas comprinhas. Quando a fome bateu, escolhemos um restaurante perto de onde estávamos, não muito longe de nosso hotel. Olhamos vários menus do lado de fora dos pequenos restaurantes nas imediações do Quartier Latin, para enfim decidir sentar no Chalet Grégoire, que apresentava uma "formule" a € 21,90, com entrada, prato principal e sobremesa ou queijo. Havia apenas um casal dentro do pequeno salão do restaurante, que tem decoração pesada, parecendo uma cabana destas de filmes de faroeste. Os dois garçons que nos serviram eram distantes, sem muita interação com os clientes. Serviço rápido. Para escolher os pratos da formule há um menu com sete opções de entradas, oito de pratos principais e seis de sobremesa. Para beber, apenas Coca Cola Zero, garrafa de 330 ml (€ 3,40). Minha refeição foi a seguinte:
Entrada: croustillant de chavignol poires fondantes et son miel - uma espécie de rolinho de primavera de bom tamanho, com casca esfarelante e crocante, recheada com queijo de cabra e peras quentes, ambos da região de Chavignol, temperadas com um pouco de mel. As diferentes texturas e sabores fizeram desta entrada meu prato favorito do almoço. Doçura, adstringência, crocância, suavidade e salgado, tudo junto e misturado.
Prato principal: côte de veau et sa sauce aux champignon - uma macia carne de vitelo grelhada, acompanhada por batatas assadas, levemente passadas na frigideira. Em separado, um molho de cogumelos. A carne estava no ponto que gosto, mas em sabor não me deu aquele clique. Apenas digno.
Sobremesa: poires pochées au vin rouge et son sorbet cassis - prato com apresentação muito feia, daquelas que não dá muita vontade de comer. Uma pera com casca levemente rosada por causa do vinho em que foi cozida, em corte horrível, flutuando em uma calda de vinho e acompanhada por um sorvete de cassis, que estava muito ácido. Não houve uma boa harmonização dos ingredientes do prato. Deixei a maior parte no prato.
Restaurante: Chalet Grégoire
Endereço: 4 Rue Grégoire de Tours, Paris, França.
Fone: +33 1 43 29 08 94
Data: 13/05/2017, sábado, almoço.
Valor total da conta: € 53,60, para duas pessoas, incluída a gorjeta. Pagamento em dinheiro.
Minha nota: 5.

sábado, 2 de setembro de 2017

LE PETIT CLUNY

A experiência: na noite de 12 de maio de 2017, uma sexta-feira, resolvemos comer algo rápido, pois as pernas não queriam obedecer ao cérebro. Fomos perto do hotel, uns trezentos metros de distância. Escolhemos um restaurante em região de trânsito de muitos turistas, com cardápio recheado de clássicos da culinária francesa, o Le Petit Cluny, que tem entrada tanto pelo Boulevard Saint-Michel, quanto pela Rue de la Harpe. Sua decoração é pesada, sufocante, antiga, com a cor vermelha predominando nas paredes e sofás. Há muitos ambientes e nichos, o que garante uma certa privacidade, já que em Paris a maioria destes restaurantes para turistas tem as mesas bem coladas umas nas outras. O serviço é distante, mas eficiente. Eu não estava com muita fome. Assim, preferi comer apenas uma omelete recheada com cogumelos (€ 7,90), enquanto meu companheiro foi de um clássico: entrecôte au poivre vert (€ 18,90). Para beber, pedi um suco de laranja, garrafa de 250 ml (€ 4,50).  A omelete veio acompanhada por uma mini salada de folhas verdes, um único pedaço de tomate e o tradicional molho francês, que acompanha toda salada. O molho estava gostoso, ácido na medida correta. Por outro lado, a omelete era seca, fina demais, com quase nada de recheio. Prefiro as omeletes gordas, cremosas por dentro. Raramente coloco sal na comida, mas nesta noite tive que fazê-lo, pois esta omelete era insossa demais. Nem terminei de comer. Com receio de ficar com fome, pedi uma sobremesa. Outro clássico da gastronomia francesa: tarte tatin avec glace (€ 7,90). Bem servida, quente, com muita maçã, mas sem muito sabor. De qualquer forma, era bem melhor do que a omelete. O sorvete de creme que veio ao lado era industrializado, destes que se compra em potes no supermercado, com o gosto do leite se sobressaindo. Totalmente dispensável.
Restaurante: Le Petit Cluny
Endereço: 19 Boulevard Saint-Michel, Paris, França.
Fone: +33 1 43 29 98 51
Web: http://www.lepetitcluny.fr/
Data: 12/05/2017, sexta-feira, jantar.
Valor total da conta: € 52,50, para duas pessoas, incluída a gorjeta. Pagamento em dinheiro.
Minha nota: 4.

LE FRANK

A experiência: há um restaurante dentro da Fondation Louis Vuitton que está indicado como boa mesa no Guide Michelin Paris 2017, cujo chef é o estrelado Jean-Louis Nomicos. Depois de percorrer uma ótima exposição de artistas africanos contemporâneos, era hora de uma pausa para almoço. Decidimos comer ali mesmo, já que a ideia era conhecer o Jardin D'Acclimatation, que fica em frente, tendo o museu uma de suas saídas para dentro deste belo, tranquilo e conservado parque. Já era perto de 15 horas, portanto não havia ninguém na fila de espera. O restaurante integra o projeto de todo o edifício da fundação, sendo seu arquiteto Frank Gehry, e seu nome o homenageia: Le Frank. O que chama a atenção na decoração é um gigantesco móbile de peixes brancos que pende do teto. O serviço deixa a desejar. Os garçons tinham cara de cansados. O menu para o almoço é bem enxuto, consistindo de apenas uma folha. São duas "formule", cinco opções de entradas, seis de prato principal e cinco de sobremesa. Escolhi a formule cascade ( 38). Chegou rapidamente à mesa, com bela apresentação, tudo disposto em uma tábua de madeira circular. Eram quatro pratos pequenos:
ceviche de dourado e quinoa - é uma versão do ceviche, sem o abundante leche de tigre, que, no caso, foi totalmente absorvido pelo mix de quinoa que servia de leito para os pedaços de peixe, que estavam macios e bem temperados. A textura do peixe contrastou de forma harmônica com a da quinoa. Gostei do prato.
tempura de camarões - quatro camarões médios empanados em panko. Crosta dourada e crocante, mas faltou algo que levantasse o sabor. Veio um molho chamado de sauce citronelle, mas como tenho alergia à citronela, não ousei experimentar.
caldo de frango (soupe d'étrilles) - servida em uma caneca de cerâmica sem asa para segurar. Estava bem rala, aguada, e morna, mas com um forte sabor de coentro. Não sou fã desta erva dominante no paladar.
salmão marinado em ervas - nada mais do que um tiradito revisado. Peixe fresco e cremoso, muito gostoso.
Para beber, fui de Coca Cola Zero, lata de 330 ml ( 7). Ao final, pedi uma xícara de café espresso ( 4), que demorou a chegar. Veio acompanhado por um financier muito gostoso. Para pagar a conta com cartão, todos os clientes têm que se dirigir ao caixa, que era muito lento.
Restaurante: Le Frank
Endereço: 8 Avenue Mahatma-Gandhi (Fondation Louis Vuitton), Paris, França.
Fone: +33 1 58 44 25 70
Web: http://restaurantlefrank.fr/
Data: 12/05/2017, sexta-feira, almoço.
Valor total da conta: € 91, para duas pessoas, com o pagamento em cartão de crédito.
Minha nota: 7.