terça-feira, 31 de maio de 2016

ZENA CAFFÉ


Restaurante: Zena Caffé
Endereço: Rua Peixoto Gomide, 1.901, Jardins, São Paulo, SP.
Telefone: +55 11 3081 2158
E-mail: info@zenacaffe.com.br
Website: Zena Caffé
Wi-fi: disponível para os clientes mediante senha fornecida pelos garçons.
Chef: Carlos Bertolazzi
Data: 23/04/2016, sábado.
Horário: almoço.
Mesa: localizada no salão interno, para duas pessoas.
Ambiente: fica em uma casa com amplo terraço em frente. As mesas estão distribuídas em dois ambientes: um interno, onde também está o bar, com fotos do norte da Itália nas paredes, onde fica Gênova (Zena é Gênova no dialeto da Ligúria); outro externo, no terraço, que faz lembrar as vilas italianas, com muitas plantas. Durante o dia, as mesas estão protegidas de sol ou chuva. No salão interno, as mesas são bem coladas umas nas outras.
Especialidade: culinária mediterrânea, especialmente a praticada no norte da Itália.
Cardápio: tem uma boa variedade de opções com destaque para massas, especialmente as focaccias e os nhoques. Saladas, peixes, carnes e frango também estão presentes no menu. Quanto às bebidas, o destaque fica por conta da maneira de servir a cerveja, que vi na mesa ao lado. Elas são servidas em taças de vinho. A carta de vinhos tem boas opções.
O que bebi: Coca Cola Zero (R$ 7,00) para acompanhar a refeição e uma xícara de café Nespresso ao final (R$ 5,00).
O que comi:

Compartimos, como entrada, uma porção de coxinha de maiale (R$ 23,00). São seis unidades, um pouco maiores do que as sempre presentes em festinhas. Servidas em um cesto, chegaram douradas e sequinhas à mesa. Para se comer com as mãos. O recheio é de costelinha de porco com molho de pimenta, o que já gostei, pois saiu do lugar comum, dando uma cara nova a este famoso quitute brasileiro. Estavam ótimas. Bem temperadas, com o molho de pimenta no ponto ideal, picante na medida certa, sem mascarar o sabor da costelinha desfiada. 




Em seguida, meu prato principal, brasato al aglio nero (R$ 67,00). Prato bem servido, com cores contrastantes e aroma que me convidada para logo dar uma garfada. Tratava-se de polpa de paleta preparada em baixa temperatura com molho de alho negro, alho poró e pancetta com polenta. Carne tenra, tendo absorvido muito bem o denso molho de alho negro e alho poró. A polenta tinha os grãos maiores, como gosto, conferindo-lhe uma certa rusticidade. Aprovadíssimo.


Ainda compartimos uma sobremesa clássica da Ligúria, uma porção de sacripantina (R$ 20,00). Muito parecida com o tiramisù, sobremesa que adoro, mas esta me decepcionou no paladar. Não sou fã da massa pão de ló e esta estava excessiva em relação ao mascarpone. Avelãs e amêndoas integravam o doce, mas não fizeram um bom papel. Foi a nota dissonante da minha ótima experiência no Zena Caffé.



Valor total da conta: R$ 228,80, para duas pessoas, incluído o serviço e sem bebida alcoólica.

Minha nota: 8.


segunda-feira, 30 de maio de 2016

MARIA CATITA


O Maria Catita é um restaurante e empório com bons preços em Lisboa, Portugal. Em janeiro de 2016, fui a um jantar oficial de trabalho em uma noite de segunda-feira. Pouco movimento. Nossa mesa era grande, com 12 pessoas. O menu era fechado para o grupo, mas todos os pratos constam do cardápio normal do Maria Catita. Quando cheguei, muitos já estavam sentados. Azeitonas verdes com bastante alho eram petiscadas. tinham um forte sabor, daqueles que ficam no hálito por muito e muito tempo. Acompanhava vinho branco ou tinto, conforme a escolha de cada um. Pedi uma taça do vinho tinto. Estavam servindo um vinho regional alentejano chamado Caiado, safra 2014, elaborado com as castas aragonez, trincadeira e cabernet sauvignon. Nada demais, vinho simples, para iniciantes. Não quis entrada, pois a quantidade de pão com manteiga, que também estava na mesa, e de azeitonas que comi, já tinha sido o suficiente.

Meu prato principal foi um polvo assado à moda dos Açores. Foi servido em uma vasilha de cerâmica funda, super quente. De acompanhamento, apenas batatas assadas e um molho delicioso, temperado com zimbro. Um naco de pão completou o prato. Polvo macio, com sabor marcante dos ingredientes do molho, especialmente do vinho tinto, da cebola, do azeite e do alho. O zimbro, além de compor o visual do prato, deu um toque diferente no paladar, mas sem agredir e sem tirar a primazia do polvo. O pão foi providencial, pois o usei para sugar o molho do fundo da vasilha. A ideia era não comer sobremesa, mas não resisti quando o garçom ofereceu um pudim de castanha portuguesa. Foi servido um pedaço de bom tamanho, com um pouco de molho de frutas vermelhas. Retirei o molho, pois não me agrada o gosto de morangos. O pudim era consistente e tinha gosto de castanha portuguesa, um dos frutos chamados "secos" que mais aprecio. Adorei a noite.

Maria Catita - Rua dos Bacalhoeiros, 30-A, Sé, Lisboa, Portugal - Telefone: +35 1 21 133 1313. Wi-fi disponível para os clientes mediante senha fornecida pelos garçons.
Minha nota: 8.

domingo, 29 de maio de 2016

CHICAGO PRIME CASA DE CARNES

Açougue? Bar? Restaurante? O Chicago Prime Casa de Carnes é tudo isto. Na loja funciona o açougue, sempre limpo e com serviço cordial e prestativo. Na área pública atrás da loja, em meio ao gramado e sob a sombra das frondosas árvores, ficam espalhadas mesas e cadeiras de madeira que sempre estão apinhadas de gente para saborear as carnes do cardápio, cujos cortes seguem a linha uruguaia/argentina. O clima é de bar, mas os preços lembram mais os de um restaurante a la carte, embora com preço um pouco menores do que os similares da cidade. Preço, qualidade e sabor garantem o fluxo constante de público. Fui três vezes ao Chicago Prime, todas para almoçar, todas no sábado. Da última vez que lá estive, em 14 de maio, éramos três pessoas. Chegamos pouco depois de 14 horas. Não havia mesa disponível, motivo pelo qual entramos em uma fila de espera. Ficamos sentados em uma fileira de cadeiras no mesmo ambiente onde estão as mesas e logo fomos atendidos pelo garçom. Pedimos apenas bebidas para saciar a sede enquanto aguardamos nossa mesa, que ficou pronta passados quarenta minutos desde a nossa chegada. Como já conhecíamos a carta, assim que sentamos, pedimos três entradas para compartir:



01) linguiça de pernil de Formiga, sem pimenta (R$ 29,00) - uma das entradas que tem mais saída no restaurante. É bem servida e ideal para petiscar. Vem inteira, enrolada como um fumo de rolo. Para quem não sabe, Formiga é uma cidade de Minas Gerais que tem fama de fazer ótimas linguiças suínas. O tempero é ótimo, com sal no ponto justo.


02) pão de alho - uma unidade de pão francês com bastante pasta de alho. Ele chegou quentinho à mesa, com a pasta estando absorvida pela massa do pão, o que o tornou macio e muito bom no paladar.
03) queijo coalho com melaço (R$ 18,90) - pedaço generoso de queijo coalho assado na brasa, acompanhado por um pote com melaço de cana. O queijo não era muito salgado, característica deste queijo, o que o tornou mais leve no sabor. Faltou consistência e doçura ao melaço. Estava muito líquido.
Como prato de fundo, as duas pessoas que dividiam mesa comigo pediram assado de tira (costela traseira do boi, com corte no sentido transversal ao dos ossos - 250 gramas) (R$ 28,00 cada uma). Eu escolhi, inicialmente, um bombom de alcatra (500 gramas) (R$ 59,90), mas o garçom sugeriu o bife de chorizo (corte transversal do lombo bovino com capa de gordura, extraído do miolo do contrafilé - 350 gramas) (R$ 47,00). Acatei a sugestão do garçom. Não tardou a chegar nossos pratos, embora o restaurante estivesse muito cheio e sempre com fila de espera.

Bife de chorizo - quando o prato chegou, confesso que achei estranho, pois a carne estava sem cor, meio pálida. Pedi no ponto para bem, pois eles utilizam o método uruguaio no cozimento, o que tornaria a carne ao ponto, como sempre peço, ainda com sangue. Acompanhou a carne um molho no estilo chimichurri. Ao partir um pedaço, vi que estava no ponto que gosto e muito macia, o que confirmei na boca. Saborosa, sal correto, com o sabor da gordura presente na parte de fora do bife. Muito bom. Nós três compartimos três acompanhamentos:

01) farofa de mandioca crocante (R$ 9,90) - um pote de tamanho médio. Talvez seja a farofa mais gostosa que já comi. Crocante, torrada e salgadinha.
02) mix de legumes na brasa (R$ 19,00) - cebola, tomate, pimentão, abobrinha e berinjela - prato bem servido. Os legumes, feitos na brasa, tinham ótima apresentação, saborosos, bem temperados e regados com bastante azeite. Destaco a cebola, que estava adocicada e macia.
03) feijão tropeiro (R$ 14,00) - era o meu acompanhamento preferido, pois gostei muito das duas vezes anteriores que almocei no Chicago. Desta vez, não correspondeu às minhas expectativas. Faltou tempero. Tanto é que ficou mais da metade na vasilha.
Ao final de duas horas no restaurante, pagamos a conta, que ficou em R$ 255,00 para três pessoas, já incluído o serviço.

Chicago Prime Casa de Carnes - SCLS 114, Bloco B, lojas 10/11, Asa Sul, Brasília, DF. Telefone: +55 61 3346 4819. Website: http://www.chicagoprime.com.br/
Minha nota: 8.

sábado, 28 de maio de 2016

KIBÔ SUSHI

Sou fã da culinária japonesa. Sempre que tenho oportunidade, vou conferir algum restaurante deste tipo. Na última vez que visitei São Paulo não foi diferente. Pesquisamos na internet, lemos algumas avaliações no Tripadvisor (com o qual sempre tenho um pé atrás, pois já tive surpresas boas e ruins seguindo tais indicações), no Zomato, e em guias gastronômicos na web. Escolhemos o Kibô Sushi. Noite de sexta-feira, bairro Itaim-Bibi, pouco antes de 21 horas. Foi o horário que chegamos ao restaurante, que tinha muita mesa disponível. Há apenas um amplo salão, cujas mesas da direita, mais perto da parede, têm pouca iluminação. No lado esquerdo, fica o espaço onde os sushimen trabalham. Tem mais luz neste lado. Foi onde nos sentamos. A equipe de garçons é grande, assim como os que preparam os sashimis e sushis. Como a casa estava relativamente vazia, o atendimento foi rápido. Vimos todo o cardápio antes de pedir. A ideia era fazer o rodízio (R$ 88,00). Recebemos a comanda para marcarmos o que queríamos. Há muitas opções: sushis, sashimis, temakis, yakissobas, tiraditos, harumakis, shimeji, shitake, entre outros, sem invencionices. Não quisemos inovar, pedindo, pois, os mais clássicos. Assim, poderíamos comparar com os restaurantes japoneses com o mesmo sistema que já conhecemos. A um preço fixo, come-se à vontade, podendo pedir quantas vezes quiser. Para beber, apenas refrigerantes. O primeiro prato que chegou foi o tiradito. Eram finas lâminas de peixe branco, parecendo um carpaccio, servidos com um molho de limão, azeite e cebola roxa. Para mim, careceu de sabor. Os ingredientes estavam em pouca quantidade, destacando-se o sabor do peixe cru na boca. Os guiozas, recheados com carne de porco, são cozidos no vapor e vêm acompanhados com o tradicional molho de soja. A massa estava um ponto antes do cozimento ideal, mas o recheio era bom. O shimeji na manteiga com cebolinha estava insosso. Difícil de comer. Deixamos praticamente toda a porção na mesa. Já o sunomono, iguaria que muito aprecio, veio com kani, o que desqualificou o prato na minha opinião. O pepino estava perfeito, ácido/doce na medida, como eu gosto, mas o conjunto da obra me decepcionou. Pedimos um harumaki de legumes, acompanhado por molho agridoce. Massa ruim, gordurosa e recheio sem tempero. Outro que ficou no prato. A tempura tinha muita massa e também veio encharcada de gordura. Por fim, o combinado de sushis e sashimis. Destaco o sushi com couve frita, muito bom. Os demais itens eram razoáveis, mas não mexeram com nossas cabeças. Terminamos experimentando, como sobremesa, um harumaki recheado de doce de leite com coco e sorvete de creme. Recheio bem temperado, não muito doce, mas a massa era ruim, como a de legumes. Após uma hora e dez minutos no restaurante, pedimos a conta, pela qual pagamos o total de R$ 206,14, já incluído o serviço.

Kibô Sushi - Rua Pedroso Alvarenga, 828, Itaim-Bibi, São Paulo, SP. Telefone: +55 11 2373 7011. Wi-fi disponível para clientes mediante senha fornecida pelos garçons. Website: Kibô Sushi
Minha nota: 4.

sexta-feira, 27 de maio de 2016

LA BOULANGERIE DE PARIS

Um amigo, quando soube que eu iria a Machu Picchu em abril, fez uma indicação de local para fazer um bom lanche: uma padaria/café chamada La Boulangerie de Paris. O nome não deixa nenhuma dúvida que se trata de uma padaria/confeitaria francesa encravada no pequeno povoado de Aguas Calientes, ponto de saída para quem vai conhecer as ruínas de Machu Picchu. Dormimos uma noite neste povoado. É bem pequeno e há muitas pizzarias e cafés. Da porta de nosso hotel, vimos a placa da padaria. Ficava a poucos metros de distância de onde estávamos. Depois de comprar os bilhetes de ônibus que nos levaria à entrada do parque onde ficam as famosas ruínas, resolvemos dar uma volta para conhecer o povoado. Rapidamente se faz tudo, incluindo compras de lembrancinhas para familiares e amigos. Tínhamos reserva para jantar em um restaurante também indicado por amigos, mas era muito cedo. Sem muito o que fazer, resolvemos tomar um café na padaria. Havia alguns estrangeiros, a maioria de língua francesa, sentados nas mesas espalhadas pelo salão em frente à vitrine de sobremesas. Ficamos em uma destas mesas. O wi-fi ali era melhor do que de nosso hotel. Pedimos um café cortado (s/. 8), uma Coca Cola Zero (s/. 4,50) e uma tortinha opéra (s/. 14,50) para compartir, pois ela estava muito vistosa na vitrine. Atendimento cordial, simpático. Uma das atendentes conversou conosco por muito tempo. O proprietário, um francês de meia idade, chegou, fez uma piadinha com a gente e nos ofereceu duas xícaras de café amaricano como cortesia. A torta doce estava bem feita, com o sabor do café bem pronunciado. Valor da conta para duas pessoas, incluído o serviço: s/. 30. Gostamos tanto do local que voltamos no dia seguinte, após duas horas de caminhada nas ruínas. A fome era grande, pois levantamos muito cedo, cerca de 5:30 horas e não fizemos uma boa refeição no café da manhã. La Boulangerie de Paris  era o lugar ideal para um reforçado café da manhã e para passar o tempo até a hora de nosso embarque no trem de volta a Cusco. Entramos na padaria por volta de 09:45 horas. Estava mais cheia que no dia anterior. O dono tomava um café com amigos franceses na pequena varanda e nos reconheceu quando entramos, nos saudando entusiasticamente. Fomos diretamente para a vitrine dos pães e sanduíches. Escolhemos dois deles. Todos são muito grandes, uma verdadeira refeição. Vimos que vários turistas compravam os sanduíches para levar. A atendente nos perguntou se era para esquentar os sanduíches e se queríamos que partisse ambos ao meio. Nossa opção foi por sanduíche quente e partido ao meio. Cada um comeria uma metade. Para beber, cappuccino. Esperamos nosso pedido chegar uns quinze minutos. Os sanduíches eram um croque monsieur (s/. 11,50) e um de frango com queijo (s/. 14,50). Os dois, como já escrevi, eram bem servidos, com muito recheio. Quentes, estavam ótimos. Ficamos por mais de duas horas no local. Acompanhando os sanduíches duas xícaras grandes de café com leite (s/. 7,50 cada). Ainda bebi uma garrafa (300 ml) de Coca Cola Zero (s/. 4,50) antes de pagar a conta, que ficou em s/. 50, incluído o serviço. Super recomendo o café La Boulangerie de Paris para quem visita Machu Picchu.

La Boulangerie de Paris - Sinchi Rocca, s/nº - Machu Picchu Pueblo (Aguas Calientes), distrito de Cusco, Peru. Telefone: +51 84 211 398. Wi-fi disponível para clientes mediante senha fornecida pelas garçonetes.
Minha nota: 8.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

FRAN'S CAFÉ

Brasília não tem muitas opções de restaurantes/lanchonetes que funcionam 24 horas por dia. O Fran's Café da 209 Norte é uma delas. Não é o melhor dos mundos, mas quebra um galho. No início da madrugada de domingo, 15 de abril, com moderada fome, saímos do ótimo show Ana & Jorge, e fomos direto para o Fran's. Conheço este café/lanchonete desde a primeira vez que fui a São Paulo. Nos últimos anos, ele abriu algumas unidades em Brasília. Já percebi que nunca são os mesmos atendentes que estão no salão nas vezes em que lá estive, o que demonstra que o entra e sai de empregados é grande. Isto prejudica o serviço, que nunca está a contento. Às vezes é lento, outros confuso. Esta unidade da Asa Norte é muito frequentada durante todo o dia, pois há pessoas que passam por lá para tomar um café e ficam trabalhando ou estudando em seus notebooks pessoais, já que o wi-fi funciona razoavelmente bem. Quando chegamos, havia muita gente fazendo um lanche. O cardápio tem muitas opções, como os combinados de café da manhã, sanduíches, sopas, caldos, sorvetes, saladas, tostadas, e cafés em diversas versões. Já tinha pedido por duas ou três vezes suco de laranja nesta unidade e em todas elas o suco veio com gosto de laranja passada. Em todas, fizeram a troca quando reclamei. Desta vez não quis arriscar e pedi uma lata de Coca Cola Zero, que chegou bem gelada. Para comer, minha escolha foi um sanduíche de carne no pão francês. O corte da carne era lagarto, que foi servido quente, com molho de tomate e cebola, mas sem exageros. O cliente pode escolher o acompanhamento do sanduíche entre uma salada de folhas e tomate ou batatas fritas. Escolhi as batatas. O pão vem cortado ao meio. Era muito branco, pálido, assim como as batatas. Pareciam comida de hospital. O pão não estava crocante, meio murcho, sinal de que já estava passando do ponto. O recheio era gostoso, sem muito sal e não pingou enquanto eu comia com as mãos, embora foi servido em prato acompanhado de talher. Era tão pequeno que terminei tudo em quatro bocadas. As batatas estavam sem sal, apresentadas em finas rodelas. Estava evidente que não eram feitas na casa, mas sim compradas de algum fornecedor. Meu companheiro pediu um estrogonofe de carne servido em uma panhoca. É bem servido, chegou quente, com pouca batata palha e, segundo ele, estava razoável. Em pouco mais de quarenta minutos, saciamos nossa fome, pagando a conta para duas pessoas no valor total de R$ 81,95, incluída a gorjeta. Continua sendo minha última opção para fomes tardias.

Fran's Café - SCLN 209, Bloco D, lojas 17 e 21, Asa Norte, Brasília, DF. Telefone: +55 61 3274 4996. Wi-fi disponível para os clientes mediante senha fornecida pelos garçons. Website: Fran's Café
Minha nota: 4.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

DON MARCELO

Nossas primeiras horas em Cusco, Peru, em abril de 2016, foram terríveis por causa dos efeitos da altitude em nossos corpos. Eu estava acelerado, cansado e com muita vontade de dormir, mas tinha fome. Saímos para procurar um restaurante na Plaza de Armas. Foi difícil chegar até lá, mesmo sendo uma caminhada de meros trezentos metros a partir do hotel em que estávamos hospedados. Sinceramente não procuramos muito. entramos no primeiro que vimos movimento. Restaurante Don Marcelo. Estava cheio. sua especialidade são os clássicos pratos peruanos, mas também serve pizza e massas. É simples e não é caro, especialmente se compararmos com os preços praticados em outros restaurantes da cidade. Havia poucos lugares vazios. Ficamos em uma apertada mesa ao lado do balcão do bar. O serviço é ruim, com garçons mal humorados. Para beber, pedimos um copo da refrescante chicha morada (s/. 6), que estava muito doce, e água sem gás San Luis (s/. 5).

Como entrada, compartimos uma palta a la reina (s/. 16). Antes de chegar este prato, colocaram um cesto de pão na nossa mesa. Era seco, sem sabor. A entrada é bem servida, ideal para dividir entre duas pessoas. Trata-se de meio abacate coberto com uma maionese de frango desfiado e ervilhas com muito queijo ralado por cima. Acompanha folhas de alface e rodelas de tomate. Mistura inusitada de abacate, frango e maionese que, a princípio, soou estranho no paladar, mas logo o sabor se faz presente de forma leve e agradável, por incrível que pareça. Tirei a maior parte do queijo ralado que veio por cima da maionese, pois achei em quantidade demasiada.

Em seguida, chegaram os pratos principais que pedimos:
01) Milanesa de pollo a la napolitana (s/. 27) - pedido de meu companheiro. Era um filé de frango à milanesa frito, servido com molho de tomate e queijo, além de arroz branco e legumes cozidos. É bem servido, mas não experimentei.
2) Lomo saltado (s/. 31) - meu pedido. É um dos pratos mais típicos da culinária peruana. Bem servido, mas com uma apresentação muito feia, parecia um PF mal arrumado. Trata-se de filé mignon cortado em tiras, salteado com tomate, cebola e ervilha, acompanhado batatas fritas e arroz branco. A carne estava macia, bem temperada e abundante no prato. As batatas estavam grosseiramente cortadas. Pareciam velhas, pois estavam murchas. Para mim, havia um excesso de batatas.
Com muita dor de cabeça, resolvemos não pedir sobremesa e nem café. Pagamos a conta para duas pessoas no valor total de s/. 90, já incluído o serviço. 





Don Marcelo - Portal Belen, Plaza de Armas, Cusco, Peru. Wi-fi disponível mediante senha fornecida pelo garçom.
Minha nota: 6.

terça-feira, 24 de maio de 2016

PARDOS CHICKEN

Em Lima, há uma rede de restaurante especializada em frango na brasa, a Pardos Chicken, que tem endereços espalhados por toda a cidade, especialmente perto de locais turísticos. O motorista que nos levou do aeroporto para o hotel nos indicou este restaurante para comer um bem feito frango na brasa, um prato típico e muito consumido no Peru. Resolvemos conferir o que fica no Shopping Larcomar, pois estava perto do hotel onde estávamos hospedados. A primeira tentativa foi no sábado na hora do almoço, por volta de 13:30 horas. Havia uma enorme fila de espera. Estávamos com muita fome e não queríamos esperar muito. Desistimos, retornando no domingo, um pouco antes de 13 horas. Sem fila, mas já com muita mesa ocupada. O restaurante é grande, sendo as mesas ao lado da parede envidraçada as mais disputadas. O garçom nos apontou uma mesa que não estava colada na tal parede, mas que permitia-nos uma bela visão para o Oceano Pacífico. Fazia um lindo dia em Lima. Na carta, o frango domina. Há opções feitas na brasa e na parrilla. Pedimos indicação ao garçom. O prato de maior saída é o 1/2 pollo a la brasa con ensalada y papas fritas (s/. 31,50). Foi o que pedimos para compartir. Era dia de eleições no Peru, motivo pelo qual vigorava a lei seca. Para beber, uma limonada (s/. 5,20) e uma garrafa de 500 ml de Inca Kola Zero (s/. 6). O restaurante foi enchendo enquanto esperávamos nosso prato chegar à mesa. Em cerca de vinte minutos, o garçom colocou o aromático prato em nossa frente. Não tinha um belo visual, mas o aroma estimulava o paladar. Junto com o prato, uma maionese levemente picante. O frango estava muito saboroso. As ervas que usaram para temperá-lo deram uma levantada em seu sabor. Dentre as ervas, a onipresente huacatay. Já a batata frita é totalmente insossa. Foi necessário usar a maionese para lhe conferir algum gosto. Vi na mesa ao nosso lado que o acompanhamento do mesmo frango eram batatas cortadas ao meio. Pareciam assadas e douradas levemente na gordura. Era uma melhor escolha para acompanhar nosso frango. O serviço é médio, típico de restaurantes de rede, como é o Pardos Chicken. A princípio, não queria sobremesa, mas pedimos a carta para ver as opções. Havia uma brusselina de lúcuma (s/. 12,50) que me fez mudar de ideia. Adoro lúcuma e são raras as chances que tenho de comer algum doce feito com esta fruta peruana. Não poderia desperdiçar esta. Pedimos uma fatia para compartir. O pedaço é generoso, perfeito para ser dividido por mais de uma pessoa. Leve, não muito doce e com o sabor marcante da lúcuma dominando o paladar. Adorei. Finalizei com um café espresso (s/. 6,90), totalmente dispensável. Ao final, pagamos a conta para duas pessoas, incluída a gorjeta, no total de s/. 69,10. Bom e barato.


ardos Chicken Larcomar - C. C. Larcomar, Miraflores, Lima, Peru. Telefone: +51 1 447 8023. Wi-fi disponível mediante senha fornecida pelo garçom. Website: Pardos Chicken
Minha nota: 7.

segunda-feira, 23 de maio de 2016

COOKERS COZINHA CRIATIVA

Terça-feira, final de tarde. Decidimos sair, após o trabalho, para um happy hour. Um grupo de cinco pessoas. Como sempre acontece, a indecisão de onde ir bateu forte. Por fim, decidimos pelo restaurante Cookers Cozinha Criativa. Já tinha ido lá uma vez e não tinha apreciado muito. Mas sempre dou mais chances aos locais que frequento e não gosto de início. Chegamos antes das 19 horas. Local vazio, com apenas uma mesa na varanda ocupada. Também ficamos na varanda. Ao ler os avisos em uma lousa, descobrimos que nas quartas-ferias, de 18 às 23 horas, há rodízio de entradinhas. Mesmo sem ter rodízio, nossa opção foi por compartilhar alguns itens da seção de entradas do cardápio. São doze entradinhas. Escolhemos, inicialmente, três delas. Mais tarde, escolhemos mais duas. O cardápio é enxuto, como um bistrô. Lendo o menu, não encontrei nada que justificasse parte do nome do local: cozinha criativa. Era tudo muito conhecido ou praticado por outros restaurantes da cidade. Para beber, apenas uma amiga escolheu bebida alcoólica, o frozen cítrico (R$ 18,00), uma mistura de vodca e tangerina. A apresentação é feia, sem nenhuma decoração no copo. Todos experimentaram um pouquinho para constatar que sobrava tangerina (com forte sabor de produto artificial) e faltava vodca. Os demais pediram refrigerantes (R$ 6,00 cada), água com gás Minalba (R$ 4,00 cada), e soda italiana (R$ 12,00 cada). Eu bebi uma soda italiana, que estava com pouco xarope. Conclusão: o sabor doce e a cor forte característicos deste refresco estiveram ausentes. Eis as entradinhas que compartimos:

01) Crostine de costelinha (R$ 28,00) - cinco fatias de pão cobertos com pasta de alho e costelinha suína desfiada com molho barbecue. Achei o tamanho do pão exagerado para ser um bocadito de comer com as mãos, embora colocaram pratos e talheres para cada um de nós. O recheio era volumoso, a costelinha estava bem feita, com bom cozimento, mas o tempero estava com sal um pouco acima do ponto, que não foi amenizado pelo adocicado do molho barbecue. O pão era muito bom.


02) Crostine de camarão (R$ 30,00) - cinco fatias de pão cobertos por queijo cremoso e camarões na manteiga de endro. Nesta entradinha, o tamanho do pão era o mesmo da anterior, mas parecia maior, pois o recheio era em menor quantidade. Apenas um camarão por pão. Camarões grelhados com sabor forte, gostoso, pena que era pouco.
03) Tomates verdes fritos (R$ 30,00) - também cinco unidades de fatias de tomates verdes fritas empanadas em panko, cobertas por chutney de tomate maduro e queijo parmesão ralado. Este prato demorou para chegar, mas as rodelas de tomate ainda estavam frias, sinal de que não ficou o tempo certo no óleo. Lembrei-me de Jessica Tandy no filme Tomates Verdes Fritos, do diretor Jon Avnet. Quando vi este filme, saí do cinema, fui para casa e pedi minha mãe para fritar umas rodelas de tomates verdes. Ela ficou encucada com o pedido, mas fritou. Não gostei na época. Tampouco agora.
04) Ceviche cookers (R$ 30,00) - cubos de peixe branco temperados com cebola roxa, coentro, pimenta dedo de moça e leche de tigre. A apresentação era feia, não dava vontade de comer. Experimentei um pedaço com o caldo, que estava muito branco. Colocaram leite de coco no leche de tigre. Estava com pouca quantidade, mas foi o suficiente para quatro do grupo não gostarem. Não mais comi além da primeira garfada.
05) Tábua de frios (R$ 35,00) - pequenos potes com queijo brie quente com geleia de damasco, azeitonas pretas, pepperoni, palmito e tapenade de tomate seco, acompanhado de cesta de pães. Não experimentei nada.
Antes de finalizar, pedimos dois cafés espressos. O garçom anotou o pedido, foi e voltou dizendo que só tinha um. Pedimos este único ristreto Nespresso. Quando ele chegou, havia duas xícaras na bandeja. Disse que um era forte e outro fraco. Na hora desconfiei e perguntei se ele tinha usado a mesma cápsula duas vezes. Ele corou, respondendo afirmativamente. Claro que dispensei aquilo. Antes de trazer a conta, ele tratou de cancelar um café espresso, pois tinha lançado os dois na conta. Isto não pode acontecer. Diga-se de passagem, o serviço do restaurante está muito distante de ser razoável. Precisa de melhorar muito. Acho que esta segunda chance foi definitiva. Saímos sem vontade de voltar ao local. E continuo a me perguntar onde está a tal cozinha criativa do nome. Bem, o criativo fica por conta da utilização de uma única cápsula para fazer dois cafés e ainda dizer que um era forte e o outro fraco.
Ao final, a conta para cinco pessoas, com serviço incluído, foi de R$ 254,10.

Cookers Cozinha Criativa - SCLN 412, Bloco B, Loja 20, Asa Norte, Brasília, DF. Telefone: +55 61 3033 8434. Wi-fi disponível para os clientes mediante senha fornecida pelo garçom.
Minha nota: 4.

domingo, 22 de maio de 2016

KI-MUKEKA

Resolvemos almoçar uma moqueca, bem ao estilo baiano. A escolha foi pelo restaurante Ki-Mukeka, que fica na beira do Lago Paranoá. Sua especialidade: pratos com frutos do mar, com destaque para as moquecas, que sempre levam azeite de dendê na sua elaboração. Quando chegamos, o estacionamento em frente já indicava que estava concorrido. Era por volta de 13 horas de um domingo. Dia ensolarado, ideal para sair com toda a família. O restaurante é propício para este tipo de programa, pois comporta grupos grandes. Não havia mais lugar na varanda, local mais agradável, longe da música ao vivo que domina o ambiente com clássicos da música brasileira, e com mesas mais altas, além de também ser local onde os grandes grupos, geralmente barulhentos, não ficam. Apontaram algumas mesas já preparadas para muitas pessoas, dizendo que poderiam separar uma mesa para nós dois. Eram poucas as opções, três fileiras, todas perto do cantor. Escolhemos uma delas. Ao sentarmos, descobrimos que as mesas eram baixas. Uma pessoa grande tem dificuldades de se acomodar bem sentado nestas mesas. Mas já que estávamos, o melhor era focar na comida. Pedimos, como entrada, uma porção de acarajé com seis unidades. Bebidas: refrigerantes zero. Não demorou a chegar a entrada. Eram bolinhos de tamanhos generosos, dando para cortá-los e recheá-los com os três acompanhamentos que vieram: camarão seco, vatapá e vinagrete. Senti falta do caruru, algo difícil de encontrar em restaurantes de Brasília. A massa do bolinho estava muito seca, fazia um bolo na boca que era difícil de engolir. E os acompanhamentos não ajudavam, pois nenhum tinha muito molho. O vatapá estava insosso, assim como o camarão. O único razoável era o vinagrete. Deixamos a metade no prato e concluímos que poderíamos ter pedido a porção com três unidades. Caso gostássemos, nada nos impediria de repetir a dose. Como os pratos chegam muito rápido à mesa, especialmente se o pedido for moqueca, nosso prato principal também foi colocado rapidamente à nossa frente. Era uma moqueca de camarão. A panela de barro estava fumegante, com aroma bem agradável. Camarão em abundância e bom tempero, mas o conjunto da obra cai muito em qualidade quando experimentamos os acompanhamentos: arroz branco sem sabor, farofa de dendê muito seca e sem sal, e pirão também sem temperos que elevassem seu sabor. Para piorar, a consistência do pirão não era pastosa, faltou farinha. A música ao vivo embalou nosso almoço e nos fez sair rapidinho. Não ficamos nem quarenta minutos no local. Sem café, pagamos a conta para duas pessoas, já incluído o serviço, no valor de R$ 235,78. Ao sair, notamos que o restaurante estava completamente lotado. A fila de espera do lado de fora, devidamente protegida do sol e com muito bancos para sentar, era longa. Não morri de amores.

Ki-Mukeka - SHTN Trecho 1, s/nº (Bay Park Resort), Asa Norte, Brasília, DF. Telefone: +55 61 3306 1015. Website: Ki-Mukeka.
Minha nota: 5.

sábado, 21 de maio de 2016

LA MAR CEBICHERÍA

Restaurante do aclamado chef Gastón Acurio e que ocupa a lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina edição 2015. Em abril, de férias em Lima, Peru, foi o restaurante que escolhemos para nosso primeiro almoço. Era sábado, véspera de eleições presidenciais peruanas. Assim, vigorava a lei seca. Sem possibilidades, portanto, de consumir bebidas alcoólicas em estabelecimentos comerciais. O La Mar não aceita reservas. Chegamos por volta de 13:30 horas. Estava lotadíssimo, com muita gente na fila de espera. Pedimos mesa para dois. Espera de aproximadamente uma hora e meia. Pedimos a carta para escolher um petisco enquanto esperávamos. O garçom nos levou até um balcão em frente ao bar, onde já havia muita gente esperando mesa. Pedimos duas empanadas recheadas de caranguejo e lagostim (s/. 9 cada uma). Para beber, uma garrafa de Inca Kola Zero (s/. 7,50), o famoso refrigerante peruano de cor amarela. Apesar do intenso movimento, não tardou a chegar as duas empanadas. São fritas, mas chegam secas, servidas dentro de uma folha de bananeira. Recheio seco também. Esperava mais do salgado. Ainda comia o último pedaço, quando fomos chamados para sentar. Nossa espera demorou 45 minutos. Como já havia visto todo o cardápio enquanto esperava, já tinha definido o que comer. Para beber, pedi outro clássico peruano, um copo de chicha morada (s/. 9), aquele suco cor de vinho feito a base de um milho escuro. Suco refrescante. O restaurante oferece uma cortesia deliciosa. O garçom colocou no centro da mesa um balde de alumínio repleto de chips de vários tipos de batatas e banana. Para acompanhar, três molhos: rocoto amarillo, rocoto rojo y maní con hierbas locales. Chips secos, levemente salgados. Os dois primeiros molhos eram picantes em graus distintos, enquanto o último era uma mistura de pasta de amendoim torrado com ervas locais, em destaque para a huacatay. Foi o molho que mais gostei, embora todos estivessem muito bons. Pulei a entrada, pois a empanada e os chips cumpriram este papel. Fiz de um cebiche (assim mesmo, como eles escrevem na carta, com "b") meu prato principal. Entre as várias opções, escolhi o Cebiche Nikei (s/. 56). O visual do prato não é dos melhores, muito escuro, mas o conjunto da obra era fantástico. Prato bem servido. Trata-se de cubos, cortado em tamanho maior do que os que costumo comer no Brasil, do peixe bonito, que tem uma coloração como a de um atum, embebido em um caudaloso leche de tigre feito com suco de tamarindo. Cebola roxa, cebolinha, nigiri e abacate completam o prato. O leche de tigre estava divino. Sorvia o líquido sem nada, apenas ele ali na colher. Delicioso. O peixe estava macio, saboroso, cuja carne absorveu muito bem o caldo ácido. De comer rezando. Um maki power (s/. 39) também chegou à mesa, escolha de meu companheiro. Trata-se de um tartar de trucha, langostino furay, mango, palta, y ajonjolí negro. Não podíamos sair do La Mar sem experimentar uma sobremesa clássica peruana. Pedimos picarones. Linda apresentação. Foram servidas quatro porções. É parecido com o sonho brasileiro, tendo batata doce e aniz na massa, que é frita. Acompanhava os aros de picarones um delicado mel de flor de figo. Sensacional. Depois de duas horas e quarenta e cinco minutos no La Mar, pagamos a conta, cujo total, para duas pessoas, incluindo o serviço, foi de s/. 180.

La Mar Cebichería - Avenida La Mar, 770, Miraflores, Lima, Peru. Telefone: +51 1 421 3365. Wi-fi disponível para os clientes, mediante senha fornecida pelos garçons. Website: La Mar Lima
Minha nota: 9.

sexta-feira, 20 de maio de 2016

FRATELLO UNO DELIVERY

Costumo pedir pizza em casa à noite. É rápido, prático e suja pouca vasilha. Já provei várias, mas prefiro a pizza da Fratello Uno Delivery. Tem a mesma qualidade das lojas físicas, é bem feita, confiável e respeitam o prazo que informam para a entrega. Não é barata, mas compensa. Há três tipos de tamanhos: pequena, com quatro fatias; média, que vem partida em seis pedaços; e grande, com oito fatias. O preço é bem próximo um do outro, compensando, dependendo da fome e do número de pessoas, pedir a tamanho grande. Se não comer tudo, é só colocar na geladeira. Adoro comer pizza no café da manhã. Para cada pizza escolhida, pelo menos na unidade que atende a Asa Norte, o cliente recebe um mini imã em formato de fatia de pizza. Ao atingir oito fatias, completa-se um "imã-pizza" que pode ser trocado por uma pizza real no tamanho médio. Dependendo dos recheios escolhidos, o valor a pagar fica, em média, R$ 74,00, já incluída a taxa de entrega, sem nenhuma bebida, entrada (o pão de calabresa é ótimo!) ou sobremesa. O tempo de entrega varia muito, dependendo da hora em que se faz o pedido. Depois de 22 horas, costuma ser mais rápido, em torno de 20/25 minutos, embora a atendente sempre diga que tardará até 50/60 minutos para entregar. Ela vem em uma caixa de papelão lacrada, o que garante que não foi aberta depois que foi colocada na embalagem. Dentro, um pequeno aparato de plástico garante que a tampa da caixa não encoste no recheio da pizza. São pequenos detalhes que fazem a diferença. Quanto aos recheios, há muito que só peço dois. Metade portuguesa, que vem com tomate sem pele, mussarela, cebola, ovos, presunto, azeitonas pretas e orégano. O valor da pizza inteira, tamanho grande, neste sabor é R$ 59,90. Aqui vale registrar que a casa oferece dois tipos de pizza portuguesa. A chamada portuguesa tradicional não leva mussarela em seu recheio. A outra metade que peço é a que leva o nome da casa, a fratello, que consiste de tomate sem pele, mussarela, berinjela agridoce, parmesão e orégano. O valor da pizza inteira, tamanho grande, neste sabor é R$ 67,90. Quando o pedido envolve mais de um sabor, a cobrança é feita proporcional a cada recheio. Uma pizza grande pode ter até três recheios. Ambos os recheios, ou coberturas, como preferem alguns, são muito gostosos. A massa não é muito grossa, mas também não é um biscoito água e sal como costumo encontrar em pizzarias da cidade. Tem um leve sal que não interfere no sabor dos recheios. Estes são muito bons. Na portuguesa, dispenso a azeitona preta. Não adiciona nada ao sabor, pois vem inteiras, uma unidade por fatia. Há abundância de mussarela. A berinjela da fratello é cortada em finas fatias, sempre com casca e desprezando a polpa interna. Seu sabor agridoce é sensacional. E fica ótima quando requentada no dia seguinte.

Fratello Uno Delivery - telefone: +55 61 3447 8989 (entregas na Asa Norte e Lago Norte). Website: http://www.fratellounopizzaria.com.br/
Minha nota: 8.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

BISTRÔ MAC

Fui conhecer o Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Era domingo. Fomos de barca, travessia tranquila. Na saída em Niterói, pegamos um táxi para o museu. Nesta hora descobrimos que o MAC, como é conhecido, estava fechado para reforma, sem previsão de reabertura. Para não perder a viagem, resolvemos conhecer a famosa obra de Niemeyer pelo lado de fora. E não nos arrependemos. Além de bonito, a vista que se tem do Rio de Janeiro é sensacional, e tem um restaurante no subsolo que estava funcionando. Era hora do almoço. Decidimos comer ali mesmo. Estava bem cheio, mas havia mesa disponível mais ao fundo, perto da saída da cozinha. Embora no subsolo do museu, o restaurante tem uma vista deslumbrante. Não ficamos perto das pequenas janelas, que emolduram a Baía da Guanabara como pequenos quadros, o que dialoga com a própria essência do local. Mas de onde estávamos, tínhamos perfeita visão não só destes "quadrinhos", mas também de tudo o que ocorria no restaurante. Tínhamos fome, por isso, antes mesmo de ver todo o menu, pedimos uma entrada para compartir. Bolinhos de arroz fritos. O cardápio faz jus ao nome do restaurante, pois é de um autêntico bistrô, não muito extenso, mas abarcando todas as possibilidades de gostos, com opções de entradas, saladas, risotos/massas, peixes, carnes e aves, além das sobremesas. Logo chegaram os bolinhos. A porção tem oito unidades, servidas com um potinho com um molho levemente picante. Achei que faltou um tempo mais na fritura, pois vieram massudos por dentro, mas estavam com sabor. Não comemos tudo. Os garçons pareciam não estar se entendendo. Cada hora um vinha atender nossa mesa. A espera do prato principal foi longa. Um garçom disse que a cozinha estava cheia de pedidos, mas um casal que chegou depois que fizemos nossos pedidos recebeu seus pratos antes dos nossos. Creio que um garçom esqueceu de anotar, e quando questionamos sobre a demora, outro garçom anotou e apressou os cozinheiros.

Para prato de fundo, optei por um filé mignon com molho de cogumelos, acompanhado por um risoto parmeggiano e batatas fritas. Juro que não entendi as batatas. Não estava escrito no menu e não harmonizavam com a proposta mais refinada do prato. O risoto era risoto somente no nome. Tinha cara de um arroz à grega, porém sem óleo, misturado com um arroz colorido chinês. O resultado me agradou. O filé estava bem macio, cozido ao ponto como pedi, e seu molho era consistente, com boa quantidade de cogumelos. Gostei deste prato. Para sobremesa, compartimos uma torta de castanha do pará, com sorvete de leite e calda de manga quente. Sobremesa enorme, ideal para comer a dois ou a três. Tinha mais sorvete do que a própria torta. A massa estava dura, difícil de partir até com faca. Não gostei deste doce. Ficamos sabendo que aos sábados e domingos há um concorrido café da manhã no local. No frigir dos ovos, valeu a experiência, principalmente pelo prato principal.




Bistrô MAC - Subsolo do Museu de Arte Contemporânea - Praia da Boa Viagem, s/nº, Niterói, RJ. Telefone: +55 21 2629 1416. Website: http://www.bistromac.com.br

Minha nota: 7.

quarta-feira, 18 de maio de 2016

MAIDO

Conseguimos, com dificuldades, uma reserva para jantar no badalado Maido, restaurante do premiado chef Mitsuharu Tsumura em Lima, Peru. Ele figura em 5º lugar na lista dos 50 melhores restaurantes da América Latina e 44º lugar na lista dos 50 melhores restaurantes do mundo, ambos na edição 2015. Enviei e-mail em janeiro solicitando uma reserva para a noite do dia 16 de abril, sábado. Resposta imediata informou que reservas somente com um mês de antecedência. Repeti o pedido em 16 de março. A resposta demorou 48 horas, prazo informado no e-mail automático quando solicitei a reserva. Já não havia mais lugares disponíveis no salão. Todavia, disponibilizaram dois lugares no balcão, onde são preparados alguns pratos, para 21:30 horas. Confirmei o interesse. Faltando dez dias para o jantar, recebi novo e-mail pedindo para eu confirmar a reserva. Enviei resposta, mas ela voltou com informação de que a caixa de mensagens do Maido estava cheia. Não exitei em ligar. Foi providencial a ligação, pois descobri que não tinham atentado que solicitei reserva para o menu degustação. Trocaram o horário da reserva, pois tal menu só é servido até 21 horas. Continuamos com a reserva no balcão. Ainda recebi outro e-mail no dia anterior ao jantar para fazer nova confirmação, o que também fiz por telefone. Com uma série de recomendações escrita e falada que a tolerância máxima era de dez minutos, fomos mais que pontuais, chegando cinco minutos antes do horário agendado. O restaurante funciona em uma casa de esquina, com três pisos. A recepção está no térreo, cozinha, salão e balcão no primeiro piso, enquanto salas privativas e banheiros estão no segundo andar. Assim que entrei, me identifiquei, conferiram meu nome, o status da reserva e pediram para esperar ali embaixo. A moça subiu as escadas em espiral. Desceu em seguida, dizendo que nos acomodaria no balcão até nossa mesa ficar pronta. Olhamos um para o outro sem entender a disponibilidade de uma mesa, mas permanecemos calados. Ainda olhávamos o que beberíamos, quando fomos chamados para sentar. Mesa para quatro pessoas, o que foi ótimo, pois nos deu espaço para o jantar de duas horas que se seguiria. José, um garçom com voz grossa, se apresentou, checou nossas restrições alimentares que já tinham sido informadas no ato da reserva, e disse que iria começar a sequência de quinze passos do menu chamado Experiencia Nikkei Amazonía. Não quisemos harmonização, apenas um drinque cada um e água mineral. Sem nenhum mimo, um passo atrás do outro foi sendo colocado à nossa frente, sempre com explicações dos ingredientes e sugestões de como levar à boca. Vários eram para comer com as mãos, algo que está se tornando corriqueiro nos restaurantes de alta gastronomia. Os ingredientes são todos peruanos, a maioria deles da região Amazônica, mas a influência da culinária japonesa é visual e gustativa. Eis os passos:
01) snacks - piel crujiente de pollo, salsa pachicay, Senbei de arroz, chorizo regional, plátano asado, emulsión de sachatomate - linda apresentação, com texturas e sabores distintos em snacks pequenos. Um autêntico abre bocas.
02) churos - churos al shoyu, chalaca, espuma de dale dale - em suma, uma espécie de caramujo gigante. Confesso que tive uma certa resistência para colocar na boca. Fi-lo rápido e de uma só bocada, como indicou o garçom. Achei borrachudo, mesmo com a suavidade da espuma do tubérculo dale dale.
03) ceviche de lapas - tierra de cancha chulpi, lapas, palta punta, leche de tigre ají amarillo nitro - ceviche de um tipo de mexilhão. Prato bem frio, fresco, com um leche de tigre quase imperceptível. As lapas estavam servidas sobre um milho amarelo moído, quase na textura de um fubá. Muito bom.
04) sanguchito de paiche - pan al vapor, chicharrón de paiche, criolla de lulo - um sanduíche pequeno. Pão oriental no vapor, muito macio cujo recheio era de pirarucu frito com um toque de lulo, uma fruta amazônica, que deixa o sabor levemente cítrico. Sensacional.
05) gyoza de cuy - gyoza de cuy, ponzu amazonico - prato de inspiração japonesa. O famoso "pastel" cozido no vapor e frito é servido de cabeça para baixo recheado com carne de cuy, o porquinho da índia. Recheio saboroso, com temperos de ervas locais. A carne parece com a de porco. O molho é a base de limão. Assim, o adocicado da carne de cuy contrastou bem com o cítrico do molho. Ótimo.
06) sushi - mar - calamar - conchas con chía - são dois sushis, ambos do mar, pois viria os da terra mais à frente. Um sushi de lula e outro de vieira com molho de chia. Suavidade, frescor e simplicidade no paladar. Perfeito para preparar para os passos seguintes.
07) ceviche selva - camarones, pejerrey, leche de tigre nikkei, chaparita, chonta, fariña - era um espaguete de palmito polvilhado com uma farinha de mandioca crocante que escondiam um sensacional ceviche de camarões e o peixe chamado pejerrey molhados em um leche de tigre perfeito.
08) chancho con yuca - panceta guisada con yuca, mishquina, piel crujiente, reducción de ramen, cocona - era um cubinho crocante, por causa da mandioca e da pele do porco bem sequinha. Prato delicioso.
09) sacha soba - soba de sachapapa, aderezo rojo, vongoles, cangrejo - prato servido dentro de uma carcaça de caranguejo. Foi o mais sem graça da noite. Achei que faltou sabor ao sobá, um macarrão típico do Japão que se faz com trigo sarraceno. Mesmo com os frutos do mar, não houve explosão de sabores no paladar. Era frio.
10) sushi - terra - a lo pobre - molleja - duas unidades de sushi. Comi primeiro a de entranha com ovo de codorna frito. Era frio e bem gostoso. Resisti muito para colocar na boca o outro sushi, pois não aprecio timo. Coloquei e aquilo foi virando uma massa enorme. Não conseguia engolir. Definitivamente não gosto desta iguaria tão apreciada na Argentina.
11) frejoles - crema de palta, culantro, frejoles regionales, gel de ponzu, crujientes de quinua, crumble de café - um dos pratos mais lindos da noite. Explosão de sabores e texturas na boca. Mistura precisa de abacate, feijão, quinoa e café. O coentro, erva que não gosto, foi fácil de separar.
12) gindara - gindara, miso, casho fermentado, escamas de castaña, crema de paca sangre de toro - a batata sangre de toro foi substituída por outra batata, mais clara na cor. As castanhas estavam crocantes. Muito bom.


13) asado - asado de tira wagyu - 50 horas, yema de huevo de corral, chaufa de cecina, ajicito de la selva - prato poderoso, gostos distintos e fortes. A carne estava macia, muito bem temperada. A gema de ovo foi servida em cozimento perfeito, mole, com amarelo vivo e sabor marcante. Completou o prato uma espécie de canelone recheado com arroz chaufa de carne desidratada, que estava sensacional.


14) cacao - chocolate amador - piura - 70%, yuzu, helado de shica shica, mochis, castañas de bahuaja, nibs de cacao - apresentação feia. Sabor muito amargo. Dispensável.


15) maduro - helado de maduro con shoyu, tapiocas de camu camu y taperiba, crujientes y gelatina de coco, leche de arroz - sorvete de banana com molho shoyo, tapiocas de camu camu e taperebá e gelatina de coco, com arroz doce. Uma combinação que me encantou. Final delicioso de um passeio de duas horas por ingredientes amazônicos.



Recomendo vivenciar esta experiência amazônica, mesmo sendo caro. Pagamos s/. 935, valor para duas pessoas, já incluído o serviço.

Maido - Calle San Martin, 399 , Miraflores, Lima, Peru. Telefone: +51 1 447 9333. Wi-fi disponível mediante senha fornecida pelos garçons.Website: Maido
Minha nota: 9.

terça-feira, 17 de maio de 2016

RESTAURANTE PAULO PESCADOR

Em Arraial d'Ajuda, é famoso o Restaurante Paulo Pescador. Localizado no início do agitado centrinho do povoado baiano, é simples, sem firulas na decoração. Sempre está cheio. Fecha cedo, às 22 horas pontualmente. Ideal para um almoço tardio, após passar o dia na praia, ou para um jantar antes do agito. Os pratos são individuais, mas muito bem servidos. São verdadeiros PF. O estrogonofe da casa, feito com frango, camarão ou carne, é prato de grande saída. Fora ele, ainda há opções de bobó de camarão, saladas, massas com frutos do mar, moqueca, carne de sol, filé de peixe grelhado, entre outros. Para cada prato, sempre há duas sugestões de acompanhamentos, mas o cliente pode alterar como quiser. Meu grupo era grande, umas doze pessoas. Chegamos após 21 horas para jantar. Como o movimento já tinha caído por causa do adiantado da hora, juntaram algumas mesas e nos acomodaram de imediato. Fomos rápidos para fazer os pedidos. A garçonete que nos atendeu era ótima, sorridente, cordial, explicando tudo e alterando várias vezes nossos acompanhamentos. Minha escolha era o estrogonofe de camarão, cuja sugestão de acompanhamentos eram arroz branco, salada de alface, tomate e cebola crua, além de batata palha. Pedi para tirar a salada e a batata, substituindo-os por mandioca frita. Para beber, Guaraná Antarctica Zero. Fui muito feliz na minha escolha, embora possa parecer muito carboidrato em um único prato. Como já escrevi, o prato é bem servido, vindo em maior quantidade os acompanhamentos. Característica de um PF, como a própria placa do lado de fora do restaurante indica. O estrogonofe estava consistente, com muito camarão. Tempero agradável, sem coentro, pois pedi para não colocar. O molho de tomate foi usado de maneira que não mascarasse o sabor do camarão, a verdadeira estrela do prato. Este estava fresco, consistente e saboroso. O arroz branco foi totalmente dispensável, pois o molho do estrogonofe era bem consistente, sem necessidade de algo que o absorvesse. Destaco a mandioca frita. Seca, sem pingar gordura, crocante por fora e extremamente macia por dentro. Deu vontade de pedir uma outra porção, mas já era tarde e o local estava por fechar. Restaurante bom e barato, o que justifica seu sucesso entre os turistas.

Restaurante Paulo Pescador - Praça São Braz, 116, Centro, Arraial d'Ajuda, Porto Seguro, Bahia. Telefone: +55 73 3575 1242. Website: http://www.paulopescador.com.br/
Minha nota: 8.

segunda-feira, 16 de maio de 2016

MIGUEL CASTRO E SILVA - TIME OUT MERCADO DA RIBEIRA

O box do chef Miguel Castro e Silva está localizado no fundo da praça de alimentação do Time Out Mercado da Ribeira, em Lisboa, onde convive com outros quatro estandes de renomados chefs portugueses. Fui na hora do almoço, em intervalo de uma reunião de trabalho. Portanto, não tinha muito tempo. Estava um clima friozinho, ideal para uma comidinha mais quente. O cardápio é bem enxuto, com destaque para alguns clássicos ingredientes da culinária de Portugal, como o bacalhau e o polvo. Minha opção foi por este último. Para beber, uma garrafa pequena de Coca Cola (€ 2). Arroz de polvo provençal (€ 9,80) é o nome do prato que escolhi. Paguei € 11,80 pelo pedido, recebi o aparato que vibra e me sentei em mesa próxima ao box. Em dez minutos, o aparelho vibrou. Busquei minha bandeja, mas não consegui o mesmo lugar para sentar. Já estava ocupado. Há muito lugar disponível e como é um local de refeições rápidas, logo logo você acha um cantinho para almoçar. Também impressiona a limpeza do local, pois há funcionários com carrinhos que limpam constantemente as mesas. Vamos ao prato. Achei o arroz bem diferente do que costumo comer. Estava parecendo uma canja, só que com pedaços de polvo no lugar do frango. Era muito molhado. O polvo estava bem temperado e no ponto correto, sem estar borrachudo. Mas o conjunto do prato realmente não me agradou. Pelo meno estava quente, o que me ajudou para aliviar o frio.



Miguel Castro e Silva - Time Out Mercado da Ribeira - Avenida 24 de Julho, 50, Cais do Sodré, Lisboa, Portugal. Telefone: +35 1 934 013 352. Wi-fi disponível sem senha na área do mercado.
Minha nota: 5.

domingo, 15 de maio de 2016

GELÉIA BURGER - FOOD TRUCK

Nesta onda de comida de rua que o assolou o Brasil nos últimos dois anos, é impossível não ver uma carrocinha de sanduíche ou um food truck estacionado pelas vias públicas das grandes cidades brasileiras. São onipresentes. Estão em tudo quanto é evento, show, festa, balada, feira, enfim, onde haja uma possibilidade de aglomeração de pessoas, lá estão os veículos coloridos marcando presença. Confesso que não sou entusiasta de comida de rua. Acho desconfortável, desconfio das condições de higiene, e tenho minhas dúvidas se impostos são recolhidos. Mas não há como negar que os food trucks vieram para ficar e dão um astral diferente, para cima, aos lugares onde estão. Assim, desprovido de qualquer preconceito, resolvi ir a uma feira de moda, artesanato, design e gastronomia na Asa Norte, em Brasília, mais precisamente na SCLN 206, em um estacionamento da quadra comercial. Era noite de sábado, cerca de 22:30 horas. Local movimentado, música mecânica em volume adequado, banheiros químicos, e área reservada para crianças brincarem. Percorremos o local, verificando o que cada um oferecia, se havia lugar para sentar, sentindo o aroma que saía das chapas quentes que equipavam os veículos. Escolhemos o mais concorrido, o Geléia Burger, cuja cor laranja o destaca onde quer que esteja. Alguns cardápios estão disponíveis para os clientes enquanto se espera na fila em frente ao caixa. Cardápio enxuto, com poucas opções de sanduíches, além de batata para acompanhar. Um poster gigante nos convidava a experimentar a batata rústica (R$ 10,00).

Escolhemos o mesmo sanduíche, o original burger: hambúrguer de 160 gramas feito de um blend de costela e fraldinha, acompanhado por queijo cheddar, cebola caramelizada, bacon crispy, maionese caseira do truck, servido em um pão preto tipo australiano de  produção artesanal exclusiva (R$ 20,00). Ainda pedimos uma lata de Guaraná Antárctica Zero (R$ 4,00) cada um e uma porção da batata rústica para compartir. Pagamos com cartão de crédito (R$ 58,00), recebendo, em seguida, a nota fiscal eletrônica (minha desconfiança inicial, neste caso, indo para o espaço!) com o número 313, nossa senha na fila para receber o pedido. O display indicava o número 301. Conseguimos uma mesa, pois uma turma estava desocupando-a naquele instante. Não demorou muito, algo em torno de dez minutos, para nosso número ser chamado. Os sanduíches e refrigerantes vieram acomodados em uma caixa de plástico bem estilosa, sendo servido com guardanapos e canudos, enquanto a batata foi servida em um copinho tipo o que é utilizado em sorveterias, com um aroma agradabilíssimo.

As batatas são cortadas e fritas com casca, acompanhadas com alecrim e uma generosa porção de páprica defumada em pó, além de uma maionese especial. Foi justamente a páprica que não me fez gostar da batata. Não sou fã de defumados. No entanto, o sanduíche estava muito saboroso. A carne é tenra e sabor marcante, fato que atribuo à costela utilizada no blend do hambúrguer. Cozida no ponto correto, tem acompanhamentos perfeitos. Nada de alface e tomate para deixar molhado demais o pão. A cebola caramelizada e o bacon cumpriram um bom papel de coadjuvantes. Também destaco o pão. Embora do tipo australiano, não é muito doce, o que favoreceu para deixar o sabor da carne dominar no paladar. Boa experiência.


Geléia Burger - food truck itinerante na cidade. Website: Geléia Burger
Minha nota: 7.

sábado, 14 de maio de 2016

PECATORE

Sábado ensolarado em Belo Horizonte. Marcamos um almoço com uma amiga. Ela propôs alguns restaurantes para eu escolher, entre eles o Pecatore, que muitos amigos mineiros já haviam me recomendado. Optamos por conhecê-lo. Ela fez a reserva para 13 horas. Chegamos no horário exato. O restaurante ainda estava com pouco movimento. Fica em uma loja com pé direito imenso. As mesas estão dispostas em três ambientes, todos no mesmo piso. No salão do fundo está o enorme balcão em L onde ficam peixes e frutos do mar envoltos em muito gelo. O cliente vai até o balcão, escolhe o que quer comer, vê o produto ser pesado, pois os preços são por quilo, e volta para a mesa, onde aguarda os pescados prontos. A equipe de garçons tem um uniforme descolado, o que confere uma certa jovialidade ao local. A decoração, como o cardápio, é bem simples. Parece uma peixaria mesmo, com azulejos brancos, o já citado balcão, empregados vestidos de branco manuseando facas que limpam e cortam os peixes, luzes azuis que lembram aqueles aparatos de espantar mosquito em peixarias e açougues, telas de televisão no balcão do bar com vídeos do fundo do mar e uma falsa janela ao fundo com vista para uma praia. Praia e mar em BH? Interessante expressão do desejo dos mineiros. No cardápio, peixes e frutos do mar em diversas maneiras de preparo.

Começamos com caipirinhas. Pedi uma de limão siciliano com hortelã. Muito bem preparada, estava refrescante, com cachaça de boa qualidade, e adoçada adequadamente. Pedi como entrada um polvo cozido com batatas, bem ao estilo português. Muito bem servido, parecia mais um prato principal. Estava muito bom, o que me encheu de expectativas para o prato principal, já que as entradas que os demais da mesa pediram também foram aprovadas. O prato de fundo foi um vermelho inteiro, que escolhemos no balcão, assado na brasa, acompanhado por palmito pupunha grelhado e vegetais cozidos. Era para compartir entre nós três. Demorou para chegar, mesmo com o restaurante vazio. A apresentação não me agradou. Confiei no sabor, mas foi uma decepção. Até os acompanhamentos estavam mal preparados. O palmito era um verdadeiro pau, de tão duro. E as caipirinhas que pedimos em seguida vieram horríveis. Eu não quis sobremesa, mas minha amiga pediu e se arrependeu. Apresentação, forma e sabor muito ruins. A curva descendente foi contínua em nossa experiência. Realmente foi um almoço que começou bem e terminou de forma triste. Pelo menos valeu a companhia e o papo agradável que tivemos à mesa. Valor da conta para três pessoas, com serviço incluído: R$ 411,00.



Pecatore - Rua Sapucaí, 2.552, Floresta, Belo Horizonte, MG. Telefone: +55 31 2552 1450.
Mina nota: 5.

sexta-feira, 13 de maio de 2016

MARLENE VIEIRA - TIME OUT MERCADO DA RIBEIRA


Mais um "food corner" do Time Out Mercado da Ribeira em Lisboa no qual almocei em um dia útil de janeiro de 2016. Escolhi o box de uma conceituada chef portuguesa, Marlene Vieira. O estande recebe exatamente o nome da própria chef: Marlene Vieira e está na parte final da área de alimentação do mercado, em local destinado a cinco chefs premiados de Portugal. O sistema é o mesmo dos demais, ou seja, você vai até o balcão, escolhe o que vai comer e beber, paga, recebe um aparato que vibra e acende luzes quando o pedido está pronto, pega a bandeja e se senta em uma das várias mesas coletivas do mercado. O cardápio é enxuto. Além das opções fixas, há pratos do dia e dois tipos de menu degustação diário cujos pratos são escolhidos pela chef, um com 5 passos (€ 15) e outro com 8 passos (€ 24). Meu tempo era curto para fazer a degustação. Optei por uma garrafa de 200 ml de Coca Cola Zero (€ 2), e, seguindo a recomendação da moça que estava me atendendo, pedi o arroz cremoso à bulhão pato com tataki de espadarte rosa (€ 10). Minha conta ficou em € 12. Esperei apenas 10 minutos. O aparato vibrou, busquei minha bandeja, tirei a foto que ilustra esta postagem e experimentei meu prato. Como o próprio nome indica, o arroz é super cremoso, com tempero delicioso, no qual se destaca a cebolinha. Parece um risoto, só que bem mais suave, pois não leva queijo na preparação. O peixe rosado, também conhecido como peixe espada, geralmente tem um gosto forte com a carne sendo mais seca. No caso, era um tataki, ou seja, estava selado por fora, mas não muito cozido por dentro, sem estar cru. Isto o deixou menos seco. Misturado ao molho cremoso do arroz ficou mais molhadinho. No entanto, não apreciei muito este prato. E o coentro, erva da qual não gosto nadinha, em nada acrescentou ao prato, sendo pura decoração. Se fosse somente o arroz, sem o peixe, creio que faria mais sucesso no meu paladar.

Chef Marlene Vieira - Time Out Mercado da Ribeira - Avenida 24 de Julho, 50, Cais do Sodré, Lisboa, Portugal. Telefone: +35 1 915 507 870. Wi-fi disponível sem senha na área do mercado.
Minha nota: 7.

quinta-feira, 12 de maio de 2016

CHEZ MIS

Foi uma surpresa positiva o restaurante Chez Mis, localizado ao lado da entrada do Museu da Imagem e do Som em São Paulo. Fomos conferir a exposição de Tim Burton no MIS e resolvemos almoçar neste restaurante assim que saímos. Era por volta de 15 horas. Havia um casal esperando uma mesa. O encarregado pela recepção dos clientes veio até nós, dizendo que uma mesa já estava sendo liberada e que nos acomodaria em seguida. Esperamos cinco minutos e fomos levados para a mesa. Ela ficava ao lado da parede envidraçada do Chez Mis, que fica voltada para um jardim. As mesas estão dispostas em um único salão que acomoda também um balcão para espera, um bem equipado bar e o caixa. Tudo dentro de uma espécie de caixote de vidro muito bem decorado. É bonito, com decoração que mistura o moderno com o antigo, dando um ar retrô ao ambiente. Atendimento muito cordial, alegre e prestativo. O serviço não é demorado. O cardápio é enxuto, como deve ser um bistrô, já que ele se autodenomina um bistrô mediterrâneo. A culinária tem pegada mediterrânea, mas com forte influência da culinária brasileira. O cardápio é assinado pelo chef Raphael Cesana. Há menu executivo no almoço de dias úteis. Era sexta-feira. Pedimos o menu do dia (R$ 52,00), que consiste de entrada + prato principal + sobremesa. Para escolher há duas opções de entrada, três de prato principal e três de sobremesa. Como entrada, escolhi o carro chefe da casa: pequena polenta frita, que vem servida em quatro bastões retangulares. Estava no ponto, dourada, seca e crocante por fora e muito macia por dentro. Acompanhava um molho agridoce. Como prato de fundo, fui de picadinho de filé mignon com vegetais cozidos (cenoura, vagem e batata), arroz integral, couve rasgada refogada, farofa, banana da terra grelhada e ovo frito. Muito bem servido, bem temperado. A farofa era um pouco seca, carecia ser um pouco mais tostada. Faltou uma pitada de manteiga nela. Mas o prato estava com sabor atraente, especialmente a couve refogada, que se mostrava fresca, e o arroz integral. Para amenizar a secura da farofa, misturei o molho do picadinho. Ficou muito bom. Finalizei com o mini bolo da Marie. Um suculento bolo de chocolate, molhadinho e cremoso. Terminamos bebendo um café espresso. Total da conta para duas pessoas, com serviço incluído e sem bebida alcoólica: R$ 202,40.

Chez Mis - Avenida Europa, 158, Jardim Europa, São Paulo, SP. Telefone: +55 11 3467 3441. Wi-fi disponível para os clientes mediante senha fornecida pelos garçons. Website: Chez Mis
Minha nota: 8.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

CORRIENTES 348

Não costumo escolher um local especializado em carnes para jantar, mas era uma data muito especial para nós dois. Assim, a escolha recaiu no Corrientes 348, restaurante com uma forte pegada argentina no modo de preparar as carnes. Há unidades em quatro cidades no Brasil: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Curitiba. Fomos na unidade de Brasília em uma quinta-feira à noite. Era cedo quando chegamos, antes de 19:30 horas. Havia poucas mesas ocupadas, mas muitas com placa de reserva, algumas delas que reuniriam grupos grandes mais tarde. Sentamos no salão principal, pois sentíamos um pouco de frio. Além deste amplo salão, com pé direito alto e com visão total da parrilla, ainda há mesas na varanda e no piso superior. Há uma enorme equipe de salão, o que indica que o movimento do restaurante costuma ser grande. Decoração moderna, com muito vidro e madeira. Excelente vista para a Ponte JK. Não pedimos vinho, mas chequei a carta. Recheada de boas opções, especialmente de vinhos argentinos. Assim que sentamos, chegou à mesa uma cortesia da casa: duas metades de baguete levemente tostadas na chapa com um saboroso molho chimichurri. Abriu o apetite de imediato. A casa oferece um cardápio tipicamente argentino em relação aos cortes de carne. A maioria dos cortes tem duas opções de escolha: 1/2 porção ou porção inteira. Uma porção é suficiente para duas pessoas. Essa mesma dinâmica é observada para a maioria dos acompanhamentos. Pedimos um ojo de bife para compartir. O garçom nos informou que a porção era de aproximadamente 600 gramas. Para acompanhar, pedimos uma salada Bariloche (rúcula, queijo de cabra, damasco e amêndoa), e um arroz parrilleiro (arroz temperado com linguiça picante, ovo e batata palha). Antes, porém, pedimos empanadas para dar início ao nosso jantar. As empanadas chegaram rapidamente, quentes, com ótimo aroma e cor. Estavam fritas, o que lhes confere maior sabor. A minha era recheada com abobrinha e queijo. Recheio abundante, saboroso, com muito queijo, que suplantou o sabor da abobrinha. Poderia ser mais bem dividida a quantidade dos ingredientes deste recheio, pois a abobrinha é mais delicada no sabor, não pode ter tanto queijo. O ponto da carne que pedimos foi ao ponto, aquela ainda rosadinha por dentro, mas sem soltar sangue. E assim chegou a carne. Tão logo a vi, deu uma vontade enorme de comê-la. Estava macia, com pouco tempero, ressaltando o seu sabor natural. A salada de rúcula foi uma ótima opção de acompanhamento, pois a diversidade de sabor e textura (amargo, picante, adstringente e doce) foi perfeita para harmonizar e valorizar o sabor da carne. O arroz foi o ponto fraco desta combinação, pois tinha pouca linguiça, que de picante não tinha nada. Para sobremesa, continuamos nos clássicos argentinos, pedindo uma panqueca de doce de leite para compartir. O prato é enorme. Vem duas panquecas grandes, com muito recheio. Doce de leite argentino servido quente. A massa da panqueca é fina, sem muito sabor, exatamente para absorver a doçura do doce de leite. Para contrastar com o quente, a sobremesa vem acompanhada por uma bola de sorvete de creme. Noite agradável, jantar sem muitas surpresas, mas com pratos bem preparados. Ao final, sem tomar café, pedimos a conta. Total para duas pessoas, já incluído o serviço: R$ 283,14.

Corrientes 348 - SECS Trecho 2, Conjunto 40, Brasília, DF. Telefone: +55 61 3345 1348. Há wi-fi disponível para os clientes mediante senha fornecida pelos garçons. Website: Corrientes 348
Minha nota: 8.