quarta-feira, 4 de maio de 2016

ARTURITO


Depois de duas tentativas frustradas, pois sempre havia fila de espera muito grande, consegui almoçar no restaurante Arturito, que fica localizado no bairro de Pinheiros, em São Paulo. A proprietária e chef é a famosa jurada do programa Master Chef Brasil, Paola Carosella. Seguimos para o restaurante sem reserva, na esperança de chegar mais cedo e conseguir uma mesa para um almoço de domingo, último dia de nosso final de semana cultural em São Paulo. Chegamos às 12:55 horas. Todas as mesas estavam ocupadas, mas ainda não havia ninguém na fila de espera. Um atencioso garçom nos atendeu, colocou meu nome na lista e nos entregou a carta para escolhermos algo para petiscar. O restaurante fica em uma casa, ficando o piso térreo todo reservado para os comensais. Na parte dianteira estão confortáveis sofás e poltronas para quem espera vagar uma mesa, além de um bonito bar. Ao fundo, está o salão principal, com as mesas dispostas em duas filas, deixando o meio para mesas de apoio. Decoração moderna, com algumas plantas na parede lateral da esquerda, o que lhe confere um ar de tranquilidade. 


Ainda na sala de espera, pedimos refrigerantes e duas empanadas de cebola e queijo (R$ 9,50 cada uma), que vêm acompanhadas por um molho de pimenta, coentro e gengibre. Logo a sala de espera ficou repleta. As duas últimas empanadas de cebola foram nossas. Depois de nosso pedido, mudaram o cardápio, oferecendo empanadas de milho, chamadas na Argentina de humitas. Gostei da apresentação de nosso pedido: empanadas assadas na hora, com a crosta bem tostada, massa suave, mas com sabor, sem esfarelar. Recheio abundante, com muita cebola. Faltou, para meu gosto, um pouco mais de queijo, mas no quesito tempero, estava perfeita. O molho picava na medida certa.


Após quarenta e cinco minutos de espera, fomos acomodados em uma mesa para almoçar. Outros garçons nos atenderam, mas o serviço continuou com a mesma qualidade inicial. Atenciosos, simpáticos, explicando os pratos e tirando nossas dúvidas. Apresentaram logo de início o couvert (R$ 9,50 por pessoa), que aceitamos de bom grado, pois o pão da casa é como eu gosto: de lenta fermentação natural e casca dourada bem crocante, conferindo-lhe um sabor levemente azedo. Muito bom. Acompanha o pão uma saborosa manteiga.


Como tínhamos comido as empanadas, decidimos fazer o pedido dos pratos principais, pulando entradas. O cardápio é bem enxuto, com pegada da culinária mediterrânea, mas com nítidas influências sentimentais e vivenciais da chef, ou seja, por cozinhas por onde esteve pelo mundo: Argentina, França, Estados Unidos, Uruguai e Brasil. Optei pelo polvo na chapa com feijão manteiguinha e aioli picante (R$ 76,00). Assim que o garçom tirou nosso pedido, chegou para a mesa ao lado da nossa um vistoso choripán (R$ 28,00). Nossos olhos cresceram no sanduíche, um clássico argentino. Não tivemos dúvidas em pedir um exemplar para dividirmos. A chef faz uma releitura que evidencia suas experiências, pois o pão é um brioche, a linguiça é artesanal assada no forno a lenha, e as cebolas são tostadas. É bem servido e muitos o pedem como prato principal. Estava muito bom. Linguiça bem temperada, saborosa, sem aquele gosto chato de gordura na boca, harmonizando muito bem com as cebolas tostadinhas. Gostei, mas confesso que prefiro o clássico, feito com pão francês. Logo em seguida, chegaram nossos pratos de fundo.

Polvo na chapa com feijão manteiguinha e aioli picante - que prato divino! O polvo estava cozido em um ponto mais para cima do que costumam servir nos grandes restaurantes, mas não estava borrachudo. A chef conseguiu um ponto próprio, que preservou a maciez e a suculência do polvo. De quebra, ainda tinha uma deliciosa casquinha tostada nos tentáculos. E colocar o aioli picante por cima dele foi uma experiência gustativa incrível. O molho não estava enjoativo e cumpriu o seu papel de levantar o sabor do polvo. O feijão manteiguinha deu um toque adocicado, próprio dele, que minimizou qualquer sabor mais forte que viesse do molho feito de alho, azeite e gemas de ovos. Sensacional. Parafraseando a chef, o prato estava gostosamente suculento.

Ainda pedimos uma sobremesa para compartir, o tiramisù mangiare (R$ 24,00). Sobremesa leve, saborosa, mas com pouco mascarpone. Talvez eu tivesse aproveitado mais se pedisse o famoso sorvete artesanal de doce de leite. Fica para a próxima.
Para finalizar, o indispensável café. Há opção de café coado (R$ 8,20), que é feito à frente do cliente, em recipientes individuais, e o espresso (R$ 6,20). Fiquei com este último. Depois de duas horas e meia no restaurante, pagamos a conta - R$ 312,18 (para duas pessoas). Ao sairmos, a fila de espera era enorme.


Arturito - Rua Arthur de Azevedo, 542, Pinheiros, São Paulo, SP. Telefone: +55 11 3063 4951. Há wi-fi disponível mediante senha fornecida pelos garçons. Website: arturito.com.br.
Minha nota: 8.

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